A cantora Claudia Leitte, 44 anos, que se apresentou no Festival Virada Salvador 2025, falou publicamente pela primeira vez sobre o inquérito instaurado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para investigar uma possível prática de racismo religioso atribuída a ela.
Durante uma coletiva de imprensa antes de seu show na Arena O Canto da Cidade, na orla da Boca do Rio, em Salvador, Claudia destacou a importância de tratar temas como o racismo com seriedade. “Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial”, afirmou a artista na madrugada desta segunda-feira (30).
Ela também reforçou valores como respeito e solidariedade: “Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem jogá-los ao tribunal da internet. É isso.”
O caso que motivou a investigação ocorreu durante uma apresentação da cantora em Salvador, quando Claudia Leitte alterou o nome de um orixá em uma música. Na ocasião, ela também optou por não cantar a canção mencionada.
A denúncia foi formalizada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). O inquérito está sendo conduzido pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.
Segundo a promotora Lívia Sant’Anna Vaz, o objetivo da investigação é apurar a responsabilidade civil da cantora por possível violação de bens culturais e direitos de comunidades religiosas de matriz africana. Além disso, a promotoria avalia a possibilidade de responsabilização criminal de Claudia Leitte.
O caso gerou ampla repercussão, suscitando discussões sobre intolerância religiosa e racismo no Brasil. Claudia Leitte encerrou sua declaração reafirmando o compromisso com o respeito e a integridade em sua trajetória profissional.