Ao longo da pandemia do coronavírus, nos quatro cantos do mundo, o setor de entretenimento repetia um discurso comum: “fomos os primeiros a fechar e os últimos a abrir”. O impacto na vida de quem depende dessas atividades foi calculado pela Associação dos Promotores de Eventos do Setor de Entretenimento e Afins (Apresenta), apontando que 98% dos eventos foram afetados e 1,3 milhão de pessoas perderam o emprego.
O prejuízo calculado do começo da pandemia até o fim do ano passado foi de R$ 270 bilhões. Para dar conta de ficar no zero a zero, saindo do vermelho, os eventos brasileiros precisariam movimentar R$ 355 bilhões até o final de 2023.
O desafio é grande, mas há quem tenha a fórmula pra isso. Na contramão da crise, os empresários Andriws Moraes e Igor Faria, responsáveis pela GH Music – produtora que alavancou a carreira do cantor Dilsinho e do grupo Menos é Mais – e Tuka Carvalho – CEO da Rádio FM O Dia –, criaram o GH Group, um ecossistema integrado, que dispões de grupos segmentados para gerir a carreira de artistas, com produção, marketing e distribuição, além da organização de eventos.
“Estamos correndo atrás do prejuízo e tentando fazer dois anos em um. Os artistas querem fazer shows, festas e estão com as agendas lotadas. No período de isolamento, muitos deles cresceram graças às lives e à internet e um novo mercado se abriu. O público está bem receptivo, quer se divertir, recuperar o tempo perdido. Nossos eventos têm sido um sucesso, com a maioria deles esgotados antes da data de realização. Nosso objetivo com a empresa é ajudar a difundir o mercado musical e dar suporte e estrutura para quem quer viver de música”, conta Andriws.
O mercado que no ano passado começou a se recuperar dos prejuízos da pandemia, decolou em 2022. Esse fenômeno está relacionado com a demanda reprimida, já que vários shows e eventos não aconteceram durante a pandemia e agora estão sendo realizados ao mesmo tempo. O setor está tão aquecido, que tem até gerado vagas de emprego.
“Não demitimos ninguém durante a pandemia e agora com a criação do novo grupo, possivelmente teremos que contratar para algumas posições eventuais e fixas. Nos eventos – alguns famosos como Carna Rildy, Capital do Samba, Maratona da Alegria e Sobe Balão – há sempre vagas rotativas, já que as estruturas costumam ser muito grandes”, ressalta o empresário.
Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), em 2021 o setor de eventos gerou cerca de 268 mil novas vagas de emprego. Pelo atual ritmo, a previsão é de que este ano o número seja ainda maior.
Já o mercado fonográfico brasileiro, apresentou pelo sexto ano consecutivo crescimento em seus valores totais, atingindo em 2021 R$ 2,11 bilhões, o que representa um crescimento de 32% em relação ao ano anterior. O Brasil ocupa atualmente a 11ª posição geral no ranking mundial da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). A informação consta dos relatórios anuais da IFPI e Associação Pró Música, que congrega as maiores empresas brasileiras do setor.
“Estamos criando estruturas para que o artista possa produzir e gravar suas músicas, planejar a divulgação e distribuir, já que contamos com o selo GH Records em parceria com a Virgin Music Brasil, além de ações digitais como as redes sociais e audiovisual. Escolhemos oferecer um diferencial para apostar no mercado musical e onde o artista consiga fazer tudo que precisa em um único lugar, sentimos essa necessidade durante a pandemia. O showbusiness se expandiu e nosso mercado precisa de mais pessoas dando oportunidade”, afirma Andriws Moraes, dando o exemplo das carreiras de Dilsinho e Menos é Mais, que cresceram e se tornaram um sucesso nacional graças ao investimento, planejamento e gestão.