Há experiências que não se medem em palavras, e há ausências que continuam presentes de formas delicadas, intensas e silenciosas. Assim foi o impacto do falecimento da mãe de Marcelo Mesquita, a senhora lella Mesquita, ocorrido em 22 de outubro de 2025, data que ele descreve como “o dia mais difícil da minha vida”. Mais do que uma ruptura, foi um marco que reorganizou afetos, prioridades e caminhos, profundamente entrelaçados com sua história pessoal e profissional que hoje ele compartilha em seu perfil no Instagram, @zelmesq, como forma de inspiração, memória e gratidão.
Marcelo sempre teve com a mãe uma ligação intensa e amorosa, uma conexão construída em gestos simples, cuidado cotidiano e uma atmosfera familiar marcada por reunião, aconchego e música.
Ela era o centro emocional da família. Gostava de preparar almoços, celebrar aniversários, juntar todos ao redor da mesa para ouvir música ao vivo e aconselhar quem precisasse. Era, como ele lembra, uma mulher de presença calorosa e voz acolhedora, que sabia transformar encontros em memórias e rotinas em afeto.
Quando recebeu o diagnóstico de câncer, a vida de todos ao redor mudou. Marcelo, sua irmã e sua tia passaram meses no hospital, revezando dias, noites e cuidados. Ele descreve este período como um dos maiores enfrentamentos emocionais que já viveu. “O câncer não atinge só o corpo de quem enfrenta. Ele atravessa a família inteira. Afeta o tempo, a rotina, o emocional de todos.”
A sensação de impotência diante do sofrimento da mãe despertou nele uma consciência profunda sobre a fragilidade da vida e a importância do agora. Tudo passou a ter outro peso: uma conversa, uma viagem de fim de semana, uma música tocando baixinho na sala. Ele conta que, desde o diagnóstico, cada dia ganhou o valor de um momento único, e a família passou a viver com ainda mais intensidade. Havia comemorações, encontros, pequenas viagens qualquer motivo era motivo para estarem juntos.
No momento mais doloroso, a força veio de três pilares: a fé, a chegada da filha, e a psicanálise. A espiritualidade deu sentido à travessia. A maternidade ampliou o amor e abriu um espaço de renovação. E a psicanálise o ajudou a compreender que o luto não é apenas sobre a morte, mas sobre a temporalidade da vida, sobre continuar vivendo com aquilo que se aprendeu, e não contra aquilo que se perdeu.
Mesmo com a dor profunda, Marcelo não se afastou por muito tempo de seus compromissos profissionais. O trabalho, ao contrário, foi uma âncora: “Ele me ajudou a passar o tempo e lidar com o luto.” Mas, a partir dali, sua atuação ganhou um outro sentido: ser autêntico, dedicado e verdadeiro, valores que ele considera herança direta de sua mãe.
Como forma de homenageá-la, Marcelo eternizou sua memória na música “Mãe”, hoje disponível em todas as plataformas digitais. Não é apenas uma composição, mas um tributo íntimo, feito de saudade, afeto e reconhecimento.
A canção ecoa a presença viva dessa mulher que ensinou sobre família, união e amor com simplicidade e generosidade.
Hoje, seja em seus projetos profissionais, seja nas iniciativas ligadas à sua atuação artística e empresarial, Marcelo se vê guiado por um legado que não desaparece. Ele diz que carrega a mãe no jeito de acolher, no cuidado com o outro, na vontade de reunir pessoas e no compromisso com tudo o que faz.
Se pudesse resumir em uma mensagem pública, ele diz que seria de gratidão: “Foi um grande privilégio ter sido filho dela.”
Esse privilégio permanece não apenas na memória, mas na forma como Marcelo continua, cresce, sente e vive.
Porque algumas presenças nunca vão embora. Elas apenas mudam de lugar.
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