Maria Lúcia Dahl, Ruth Escobar e outras personalidades brasileiras que enfrentam o Alzheimer ajudaram a dar visibilidade ao tema. Além delas, o ator Alexandre Borges, ao compartilhar a experiência de dedicação integral aos cuidados da mãe, dona Rosa Linda, emocionou o público e reforçou a importância de falar sobre a doença, que impacta milhões de famílias.
O Alzheimer é uma condição que afeta não apenas quem recebe o diagnóstico, mas também toda a rede de familiares e cuidadores. Os relatos de figuras públicas contribuíram para ampliar o debate, reforçando a necessidade de prevenção, diagnóstico precoce e avanços científicos no tratamento.
Para esclarecer as principais dúvidas, o neurocirurgião Dr. Luiz Severo responde às questões mais frequentes sobre a doença.
O que acontece no cérebro de uma pessoa com Alzheimer e como a doença evolui ao longo do tempo?
Segundo o Dr. Luiz Severo, o Alzheimer está relacionado ao acúmulo anormal de proteínas beta-amiloide e tau, que formam placas e emaranhados no cérebro:
“O resultado desse processo é a falha na comunicação entre os neurônios e a morte progressiva das células cerebrais. Há também uma inflamação de baixo grau que vem sendo estudada como gatilho inicial da demência. No início, a perda de memória recente é o principal sintoma, mas com o tempo aparecem desorientação, dificuldades de linguagem e alterações de comportamento. Em estágios avançados, o paciente pode perder totalmente a autonomia e a capacidade de se comunicar.”
Quais exames são usados para confirmar o diagnóstico do Alzheimer?
O diagnóstico é clínico, mas depende de exames complementares para maior precisão. O especialista detalha:
“Exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, mostram a atrofia cerebral típica. Já o PET scan pode identificar depósitos de amiloide ou tau diretamente. O exame de líquor mede os níveis dessas proteínas e os testes neuropsicológicos avaliam memória, linguagem e funções executivas. Em conjunto, esses métodos confirmam o diagnóstico e ajudam a diferenciar o Alzheimer de outras demências.”
Que avanços científicos e medicamentos mais recentes oferecem esperança no tratamento da doença?
Até pouco tempo, os medicamentos apenas aliviavam sintomas, mas novos tratamentos começam a modificar o curso da doença.
“O Kisunla (donanemabe), aprovado pela Anvisa em 2025, é um anticorpo monoclonal que age diretamente nas placas de amiloide. Ele conseguiu retardar a progressão do Alzheimer em até 35% nos estudos clínicos. Outro fármaco, o lecanemabe, está em análise e segue a mesma linha. Ainda não falamos em cura, mas esses avanços representam uma mudança histórica na forma de tratar o Alzheimer.”
Como o Alzheimer afeta a autonomia do paciente em atividades simples do dia a dia?
O impacto é gradual e progressivo, explica o neurocirurgião:
“No início, vemos esquecimentos frequentes, perda de objetos e repetição de perguntas. Depois, surgem dificuldades em atividades como cozinhar, dirigir ou lidar com dinheiro. Nas fases mais avançadas, o paciente perde a capacidade de se vestir, se alimentar e até de manter a higiene, tornando-se dependente de cuidados integrais — situação que Alexandre Borges viveu de perto com a mãe.”
Existe alguma forma de prevenção ou de reduzir as chances de desenvolver Alzheimer?
Embora não exista uma forma garantida de evitar a doença, medidas preventivas podem reduzir significativamente o risco.
“Estudos sugerem que até 40% dos casos poderiam ser prevenidos ou adiados. Manter a mente ativa, praticar exercícios físicos, seguir uma dieta equilibrada, controlar fatores como diabetes e hipertensão, ter sono adequado e cultivar relações sociais são hábitos que ajudam a proteger o cérebro. São escolhas que fazem diferença a longo prazo.”
Sobre o especialista
Dr. Luiz Severo – Neurocirurgião
Dr. Luiz Severo é Neurocirurgião Funcional e Médico da Dor, mestre e doutor em Neurociências pela UFPE. É membro do Programa Jovem Liderança Médica da Academia Nacional de Medicina e membro titular da Sociedade Brasileira de Cefaleias. Autor do best-seller “Você não precisa sentir dor”, é referência no tratamento de dores crônicas e distúrbios neurológicos. Coordenador do Centro Paraibano de Dor e do Centro de Neuromodulação Neuroequilibrium, atua com excelência, ciência e inovação na medicina neurológica.
Contatos: @drluizsevero.neurocirurgia.dor
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