Ary Fontoura, Osmar Prado, Ana Maria Braga e William Bonner estão entre os brasileiros que já passaram por cirurgia de catarata, mostrando que o procedimento é comum até entre personalidades públicas e reforçando a importância do diagnóstico precoce.
A catarata é frequentemente associada ao envelhecimento, mas também pode surgir em pessoas mais jovens, exigindo atenção e acompanhamento médico adequado. Relatos de celebridades que passaram pelo procedimento ajudaram a ampliar o debate sobre a condição, que pode afetar diferentes faixas etárias.
Mas afinal, quando a cirurgia é indicada, como funciona e quais são os cuidados necessários? Para responder, o oftalmologista Dr. Daniel Kamlot, especialista em retina e vítreo pela USP, traz informações detalhadas sobre o procedimento.
Principais sinais e sintomas
A catarata costuma se desenvolver de forma lenta e silenciosa. Muitas vezes, os primeiros indícios são confundidos com alterações comuns da visão.
“O primeiro sinal da catarata é a baixa visual progressiva. O oftalmologista percebe no exame de biomicroscopia a opacidade do cristalino, que explica o embaçamento. No início, pacientes míopes podem notar aumento do grau e os hipermétropes, diminuição — mas nenhuma lente consegue corrigir totalmente.”
Como é feita a cirurgia e quais tecnologias existem hoje
O procedimento atual é rápido, seguro e altamente eficaz. A técnica mais utilizada é a facoemulsificação, que exige apenas uma incisão milimétrica.
“Na cirurgia, o cristalino opaco é trocado por uma lente intraocular. Com a facoemulsificação, o cristalino é fragmentado em pequenos pedaços, aspirado e, em seguida, a lente transparente é implantada. Hoje, as incisões são mínimas, muitas vezes sem necessidade de sutura. Além disso, tecnologias como o laser femtosecond aumentam a precisão e diminuem as complicações. Há diversos tipos de lentes disponíveis: asféricas, tóricas, de foco estendido e até trifocais, que diminuem a dependência dos óculos de longe, intermediária e perto.”
Contraindicações e grupos de risco
Embora seja considerada uma cirurgia de baixo risco, alguns pacientes precisam de avaliação mais detalhada antes de passar pelo procedimento.
“A cirurgia costuma ser feita com anestesia local e sedação, por isso é indicada avaliação cardiológica prévia. Pacientes com poucas células endoteliais exigem maior proteção da córnea, altos míopes devem ter a retina avaliada para evitar descolamento, e cataratas pós-traumáticas ou inflamatórias pedem cuidado especial. Um pré-operatório bem feito reduz bastante as chances de complicações.”
Recuperação e cuidados após a operação
A recuperação é geralmente rápida e o paciente retoma a rotina em poucos dias, seguindo as orientações médicas.
“Na maioria dos casos, o paciente recebe alta no mesmo dia. No dia seguinte já faz a primeira revisão. O uso de colírios, antibióticos e anti-inflamatórios é obrigatório, e em uma a duas semanas, a maioria já está liberada para as atividades diárias.”
O procedimento é acessível?
No Brasil, a cirurgia de catarata está disponível tanto no sistema público quanto na saúde suplementar.
“O SUS e a maioria dos convênios oferecem a técnica de facoemulsificação, mas, nesses casos, as lentes utilizadas geralmente são monofocais. Elas resolvem a catarata, mas não diminuem a dependência de graus adicionais como astigmatismo ou visão para todas as distâncias, que são corrigidos com lentes premium disponíveis na rede privada.”
Sobre o especialista
Dr. Daniel Kamlot – Oftalmologista
O Dr. Daniel Kamlot é médico oftalmologista, especialista em retina e vítreo pela USP. Atua no atendimento de pacientes de todas as idades, com foco em oftalmologia geral e diagnóstico completo da saúde ocular. É referência no tratamento de doenças retinianas, como retinopatia diabética e DMRI, além de realizar cirurgias de catarata com implante de lente intraocular.
Contato: @drdanielkamlot
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