O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é uma das doenças que mais têm despertado atenção para a importância da prevenção e dos exames de rotina. No Brasil, nomes como Simony e Emílio Surita já enfrentaram a doença e seguem em acompanhamento médico, ajudando a ampliar o debate nacional sobre sintomas, cuidados necessários e a relevância do diagnóstico precoce.
O Dr. Rafael Onuki Sato, cirurgião oncológico esclareceu as principais dúvidas sobre a doença:
Principais sintomas e como diferenciar de problemas comuns
Entre os sinais de alerta estão:
- Sangue nas fezes (vermelho vivo ou escurecido);
- Mudança do hábito intestinal (diarreia ou constipação persistente por mais de 4 semanas);
- Fezes mais finas que o normal;
- Dor ou cólicas abdominais frequentes;
- Anemia por deficiência de ferro;
- Perda de peso sem causa aparente;
- Cansaço constante.
É importante diferenciar de condições mais comuns: hemorroidas, por exemplo, costumam provocar sangramento acompanhado de dor ao evacuar, enquanto a síndrome do intestino irritável gera dor que melhora após a evacuação e não causa anemia. Já infecções gastrointestinais geralmente aparecem de forma aguda, com febre.
Faixas etárias e grupos de risco no Brasil
Embora a maioria dos diagnósticos ainda ocorra em pessoas acima dos 50 anos, médicos têm observado um aumento de casos em adultos mais jovens. Os principais grupos de risco incluem:
- Pessoas com histórico familiar da doença;
- Portadores de síndromes hereditárias, como Lynch e polipose adenomatosa;
- Pacientes com doenças inflamatórias intestinais (retocolite, Crohn);
- Indivíduos com obesidade, sedentarismo, tabagismo ou consumo excessivo de álcool;
- Pessoas com dieta pobre em fibras e rica em carnes processadas.
Exames de rastreamento e detecção precoce
O rastreamento é essencial para aumentar as chances de cura. No Brasil, especialistas recomendam que pessoas com risco médio iniciem os exames a partir dos 45 anos. Entre as opções estão:
- Pesquisa de sangue oculto nas fezes (anual ou bienal);
- Colonoscopia, indicada a cada 10 anos quando normal, ou em caso de resultado positivo nos testes de fezes;
Para quem possui histórico familiar ou fatores de risco, a colonoscopia deve começar mais cedo, muitas vezes aos 40 anos ou até antes.
Avanços recentes na medicina
Nos últimos anos, os avanços da ciência têm aumentado as taxas de cura e melhorado a qualidade de vida dos pacientes:
- Imunoterapia: indicada como primeira linha para tumores com características genéticas específicas, oferecendo respostas duradouras;
- Terapias-alvo: medicamentos para mutações como KRAS, BRAF e HER2 têm ampliado as opções de tratamento personalizado;
- Preservação de órgão em tumores de reto: em alguns casos, pacientes que respondem bem ao tratamento podem evitar cirurgias radicais;
- Uso de inteligência artificial na colonoscopia: aumenta a taxa de detecção de pólipos, ajudando na prevenção;
- DNA tumoral circulante (ctDNA): vem sendo estudado para identificar riscos de recidiva e guiar tratamentos pós-cirurgia.
Alimentação e estilo de vida
O estilo de vida tem papel fundamental na prevenção:
- Alimentação protetora: dieta rica em fibras, frutas, legumes, verduras, grãos integrais, azeite e peixes, no estilo mediterrâneo;
- Fatores de risco: consumo de carnes processadas, excesso de carne vermelha, álcool, tabagismo, obesidade e sedentarismo aumentam a probabilidade da doença;
- Recomendações práticas: manter peso saudável, evitar alimentos ultraprocessados e praticar pelo menos 150 minutos de atividade física semanal.

Sobre o especialista
Dr. Rafael Onuki Sato – Cirurgião Oncológico
O Dr. Rafael Onuki Sato é cirurgião oncológico formado em instituições de referência como o Hospital de Câncer de Barretos. Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, atua com foco em tumores gastrointestinais e ginecológicos. Com experiência em centros de excelência em São Paulo e Londrina, também é preceptor em programas de residência médica. Sua trajetória alinha técnica, ensino e compromisso com a vida.
Contatos: @dr.rafaelonukisato
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