Para o apresentador Manoel Soares (43), é sempre importante questionar ações da sociedade e também estar pronto para aprender a se desconstruir. Em conversa com a CARAS Brasil, ele falou sobre o lançamento de seu livro, Para o Meu Amigo Branco, e também relembrou o momento em que decidiu avaliar atitudes que poderiam estar reproduzindo um machismo tóxico.
“Estamos vivendo um tempo em que o óbvio não é óbvio. Eu há uns cinco anos me propus a começar uma desconstrução do machismo na minha vida, eu era contaminado pelo machismo tóxico em várias situações“, afirma. Manoel Soares citou como exemplo o ciúmes que sentia de sua filha, Vitória, quando ela se relacionava com outros homens e então entendeu que precisava mudar.
Ele, que também já lançou outro livro chamado O Escudeiro da Luz (2009), afirmou que a desconstrução deve chegar também para pessoas de pele clara, que precisam entender seu lugar de privilégio na sociedade e qual papel devem assumir na luta antirracista. O apresentador do Encontro ainda diz que seu afeto na hora de lidar com ator racistas é para proteger outras pessoas negras.
“Esse afeto não é solidariedade com uma pessoa de pele clara, mas sim com as pessoas de pele negra. A maneira que eu tenho de proteger as pessoas mais fragilizadas é bloquear o ímpeto de agressão. É falta de inteligência atacar o branco, porque meu nível de resultado será menor“, completa ele durante a conversa.