Ser mãe nunca foi uma tarefa simples, mas no contexto da sociedade contemporânea, os desafios emocionais parecem se multiplicar. Nandara Almeida, neurocientista e especialista em sono infantil, mergulha diariamente no universo das mães modernas, oferecendo conhecimento, suporte e estratégias para aliviar a sobrecarga emocional que muitas enfrentam. Em uma conversa inspiradora, ela reflete sobre temas como culpa materna, a importância do planejamento e a construção de uma rede de apoio sólida.
A pressão da maternidade moderna
Nandara explica que a maternidade atual acontece sob holofotes incessantes – sejam eles sociais, digitais ou internos. “A sociedade criou um ideal de mãe perfeita que é inalcançável. Isso gera uma constante sensação de inadequação”, reflete. Além disso, o excesso de informações disponíveis, embora útil, muitas vezes paralisa as mães, que não sabem por onde começar ou em quem confiar.
A especialista cita pesquisas recentes que apontam que cerca de 70% das mães relatam níveis elevados de estresse, em grande parte ligados à falta de apoio e à sobrecarga mental. “Essa é uma batalha emocional que muitas enfrentam em silêncio, o que torna ainda mais difícil buscar soluções”, enfatiza.
Culpa materna: um sentimento universal
A culpa é um dos sentimentos mais relatados por mães em diferentes estágios da maternidade. Segundo Nandara, ela está profundamente enraizada nas expectativas culturais. “A sociedade atribui à mãe a principal responsabilidade pelo bem-estar emocional, físico e psicológico dos filhos. Isso é um peso enorme para qualquer pessoa”, explica.
No entanto, ela destaca que buscar aliviar essa culpa começa com a aceitação de que a perfeição não existe. “A neurociência nos mostra que crianças precisam de conexão, não de perfeição. Quando as mães se permitem ser vulneráveis e buscar apoio, elas ensinam aos filhos que errar é humano e que o amor é o elo mais forte”, ressalta.
Planejamento: uma ferramenta transformadora
Para Nandara, o planejamento é um divisor de águas na maternidade. Ele traz clareza, reduz a ansiedade e devolve às mães o senso de controle. “Uma rotina bem estruturada, como a de sono infantil, pode proporcionar momentos de descanso tanto para o bebê quanto para a mãe, criando um ambiente mais calmo para todos”, afirma.
Ela também reforça que o planejamento vai além do prático. “É uma forma de criar espaço mental e emocional. Estudos mostram que famílias com rotinas consistentes têm níveis mais baixos de estresse e maior bem-estar geral”, aponta.
A importância do conhecimento
Nandara acredita que conhecimento é poder, especialmente na maternidade. “Entender o desenvolvimento infantil, os ciclos de sono e as necessidades dos bebês reduz a ansiedade e ajuda as mães a lidarem com os desafios de forma mais tranquila”, explica.
Ela enfatiza que buscar informações baseadas em ciência e não em palpites ou pressões sociais empodera as mães e transforma a experiência da maternidade. Além disso, investir em autocuidado e regulação emocional é um ato de amor que beneficia toda a família.
Encontrando equilíbrio e construindo uma rede de apoio
“Cuidar de si mesma não é egoísmo, mas sim uma necessidade para oferecer o melhor aos filhos”, defende Nandara. Segundo ela, o equilíbrio entre o cuidado com os filhos e a individualidade exige intencionalidade.
A especialista sugere passos simples, como reservar momentos para hobbies, não ter medo de pedir ajuda e criar pequenos momentos de pausa ao longo do dia. “Quando a mãe se coloca na lista de prioridades, ela se torna um exemplo vivo para os filhos de que o autocuidado é fundamental”, explica.
Outro ponto crucial é a rede de apoio, seja ela física ou virtual. “Mães que contam com uma rede de apoio têm menos chance de desenvolver depressão pós-parto e lidam melhor com os desafios da maternidade. Grupos online são uma alternativa valiosa para quem não tem suporte físico próximo”, ressalta.
Conselhos práticos e mensagem final
Para as mães emocionalmente sobrecarregadas, Nandara sugere começar pelo básico: respiração consciente, criação de uma rotina simples, definição de limites e prática do autoacolhimento. “Pequenos ajustes podem fazer uma diferença enorme no bem-estar emocional”, diz.
Por fim, ela deixa uma mensagem inspiradora: “A maternidade não é sobre perfeição; é sobre aprendizado, crescimento e, acima de tudo, amor. Seja gentil consigo mesma e permita-se encontrar a leveza que você merece.”
Com conhecimento, planejamento e uma boa dose de autocompaixão, Nandara Almeida acredita que é possível tornar a jornada materna mais leve e gratificante, mostrando às mães que, mesmo em meio aos desafios, elas são capazes de viver essa fase com alegria e menos culpa.
@nandaraalmeida
Página de links