Os candidatos Paulo Ganime (Novo) e Rodrigo Neves (PDT), acabaram vencendo o debate fraco e morno que a Rede Bandeirantes realizou na noite deste domingo, 7/8, com os candidatos relevantes à posição de governador do Rio de Janeiro em 2022. Os outros 2 candidatos presentes, Claudio Castro (PL) e Marcelo Freixo (PSol), não conseguiram ir além do que os eleitores já esperavam deles. Castro acabou tendo um desempenho ligeiramente superior ao de seu principal oponente.
Ganime, o mais desconhecido dos 4, deputado federal de 1º mandato e em um partido sem nenhuma capilaridade, foi quem mais aproveitou o momento dado a ele. Não por acaso foi o mais pesquisado no Google durante o debate: ninguém sabia quem ele era, o que pelo visto vai mudar até o dia da eleição.
Ele conseguiu se posicionar bem à direita, conseguindo uma proximidade com um eleitor que pode não enxergar em Castro seu representante. Tratou bem dos temas de segurança, de ética e se mostrou como um anti-Freixo, especialmente na forma que o deputado aliado de Lula trata a polícia do Rio – durante sua carreira, não nos últimos 90 minutos.
Fez um bom bate-bola com o ex-prefeito de Niterói e, se eu fosse uma tábula rasa, e a eleição fosse amanhã, escolheria Ganime como meu governador, foi o melhor do (fraco) debate.
Ganime, o mais desconhecido dos 4, deputado federal de 1º mandato e em um partido sem nenhuma capilaridade, foi quem mais aproveitou o momento dado a ele. Não por acaso foi o mais pesquisado no Google durante o debate: ninguém sabia quem ele era, o que pelo visto vai mudar até o dia da eleição.
Ele conseguiu se posicionar bem à direita, conseguindo uma proximidade com um eleitor que pode não enxergar em Castro seu representante. Tratou bem dos temas de segurança, de ética e se mostrou como um anti-Freixo, especialmente na forma que o deputado aliado de Lula trata a polícia do Rio – durante sua carreira, não nos últimos 90 minutos.
Fez um bom bate-bola com o ex-prefeito de Niterói e, se eu fosse uma tábula rasa, e a eleição fosse amanhã, escolheria Ganime como meu governador, foi o melhor do (fraco) debate.
Apesar de ter governado por 2 vezes a cidade de Niterói, ex-capital de Estado e considerada ”cidade pequena” por Freixo, e feito seu sucessor, Rodrigo Neves também sofre com o problema de ser desconhecido para enorme percentual de eleitores. Ele ainda precisa mostrar que é melhor, no campo da esquerda que Marcelo Freixo, que já participou de 2 eleições para prefeito do Rio e, além disso, é presença constante nos jornais do estado do Rio.
Neves conseguiu mostrar bem suas propostas, citar o seu governo e mostrar que a esquerda e o centro, ou mesmo o anti-bolsonarismo, têm outro nome e muito mais palatável que o de Freixo. Inclusive, foi em quem mais ele bateu, já que precisa tirar votos do socialista para conseguir ir para o 2º turno. Escapou ileso ao não ter sua prisão mencionada por nenhum dos candidatos.
Rodrigo Neves foi bem nos 3 blocos, só não foi melhor nas poucas vezes em que foi criticado; nestas, saiu-se pior; não estava treinado pra apanhar. Mas, seja por sorte ou falta de tarimba alheia, escapuliu. Especialmente quando Claudio Castro comentou sobre quando Niterói se recusava a vacinar os moradores de São Gonçalo. Se crescer, nos próximos debates apanhará mais, e é capaz de perder as estribeiras.
Atual ocupante do cargo de governador e sem nenhuma experiência em debate, era o vice improvável de um governador impossível; cabia a Cláudio Castro aguentar a porrada, e aguentou. Não foi de forma magnífica, se houvesse debatedores mais experientes como um Anthony Garotinho, talvez fosse à lona. Como não tinha, conseguiu sair sorrindo e não sofrer uma derrota fragorosa no debate. Não foi brilhante, mas não saiu pior do que entrou: isso é um tipo de vitória.
Não teve grandes momentos, falou bem dos feitos de seu governo que são desconhecidos, e tentou se posicionar como o anti-Freixo. Mas na pergunta sobre o Ceperj, a que era esperada por qualquer um, foi mal ao dizer que não eram funcionários fantasmas, já que iam ao caixa do banco receber. Alguém experiente em debates poderia cortar a bola e dizer que era exatamente este problema: pessoas receberem dinheiro sem terem trabalhado para tanto. Se ninguém recebesse, era melhor!
Outro momento em que perdeu a chance de brilhar, foi ao criticar Marcelo Freixo por não conhecer e não investir com emendas parlamentares em benefício da Baixada Fluminense: o socialista citou Bangu, como se este bairro carioca fizesse parte da Baixada. Um Cesar Maia já faria uma piada e diria que Freixo não sabe que Bangu não é na Baixada Fluminense e sim na Zona Oeste.
O 2º colocado nas pesquisas, Marcelo Freixo, deveria ter aproveitado o debate para mostrar que é um novo político, e não mais o radical inflexível do PSol, não conseguiu. Ele falhou miseravelmente em tentar mostrar que a mudança de partido e uma aliança mais ampla, que inclui Cesar Maia como vice, teria mudado a forma como agiria se vencesse a eleição. Saiu como entrou: com imagem de um radical que todo especialista sabe que perde o segundo turno até para um espantalho. Precisava deixar claro que agora é ”paz e amor”. Não soube fazê-lo, e repetiu ladainhas decoradas sobre “meninos e meninas” e sobre na segurança ”contabilizar vidas salvas e não vidas perdidas”. Chavões até bacaninhas, mas repetidos demais fica meio canastrão.
Sendo o mais experiente dos 4, era esperado que o socialista soubesse ter as tiradas na hora certa: a piada que vira manchete da imprensa no dia seguinte. O seu ex-colega de partido, o vereador Tarcísio Motta, faria isso muito bem. Acabou falando para sua própria plateia de sempre, que batia palmas nas redes sociais, e bateria palma para qualquer coisa que dissesse. Pregar pra convertido não adianta.
Talvez com a experiência deste domingo, Freixo possa mudar a estratégia, sair do tom professoral e mostrar um pouco mais de bom humor, necessário em debates políticos. Ele tem que valorizar mais a aliança ampla que divulga, mas temos que ver se no fundo do coração ele não tem vergonha dela. Difícil, mas pode ser a diferença entre ir ou não para o 2º turno.