A Psicóloga Elisangela Niná (CRP 120921/06) explica se existe influência das pesquisas nas eleições!
Quando falamos sobre a influência das pesquisas eleitorais no comportamento do eleitor podemos justificar essa informação através do efeito manada.
A psicologia estuda o efeito manada como um comportamento humano comum diante de atitudes coletivas. Ele representa a tendência apresentada pelas pessoas de replicarem as ações de um determinado grupo em busca dos melhores resultados mediante a tomada de decisão.
Já ouviu a expressão “não é porque todo mundo faz, que você tem que fazer também”.
Essa expressão é a melhor forma de ilustrar o que significa o efeito manada. Não há apropriação da ação, e sim a repetição de um comportamento com base na emoção e na hipótese criada de que haverá melhores resultados, apenas porque todo mundo está fazendo e não com base em argumentos concretos e fidedignos.
Vamos imaginar que você esteja no trânsito e está tudo parado, de repente um ou dois carros começam a dar ré para voltar na direção contrária, isso com certeza irá “motivar” outros carros a fazerem o mesmo. No entanto, dependendo do lugar da fila que você estiver, pode começar a observar vários carros fazendo esse movimento e isso pode gerar algumas “descargas” de pensamento em você e, por medo ou receio, você pode começar a reproduzir a mesma ação, sem nem saber ao certo o porquê está fazendo.
O efeito manada é ativado a partir de um gatilho. Abaixo citarei quatro possíveis motivos para que o efeito ocorra:
1. A crença de que a ação replicada tem uma boa razão;
2. A sensação de proteção ao agir conforme o grupo;
3. O medo do abandono por não replicar a ação;
4. Adequação ao comportamento de grupo.
Na maior parte das vezes não sabemos o que queremos e, porque não sabemos, o ambiente tende a dirigir nossos desejos, influenciar nossos pensamentos e definir nossas escolhas. Sendo assim, quanto mais indecisa a pessoa for mais influenciável ela pode ser.
Ao relacionarmos isso com o ambiente eleitoral o que teremos?
Grande parte da população não sabe fazer uma leitura econômica básica, não gosta de falar sobre política, não compreende os fatos históricos essenciais do próprio país. A maioria da população não pratica nem a leitura básica anual, ou seja, estamos falando de uma amostra onde a maior parte tende a ser influenciável.
Esse texto não tem a intenção de favorecer o partido A ou B, apenas o propósito de informar sobre a importância de sair do “modo automático”, propondo que a tomada de decisão possa ser cada vez menos influenciada por pesquisas ou amostras que possam ser tendenciosas.
Psicóloga: Elisangela Niná
CRP 120921/06