Raissa Leme é uma das novas vozes criativas que unem arte, tecnologia e consciência em uma mesma narrativa. Aos 28 anos, a artista e empreendedora brasileira lança seu projeto mais ambicioso: Le Zoo, um jogo virtual desenvolvido pelo estúdio MOTHER, sediado no Brooklyn, em Nova York. A proposta vai além do entretenimento — Le Zoo é um espaço de imersão e reflexão, criado para provocar transformação pessoal em quem joga, explorando os limites entre o real e o imaginário.
O estúdio MOTHER foi fundado por Raissa e pela empreendedora americana Kelsey Falter. A ideia nasceu do desejo de criar uma experiência que não apenas envolvesse o jogador, mas também despertasse novas formas de percepção e autoconsciência.
“O objetivo não era só entreter; queríamos criar algo que funcionasse como um espelho. Ao navegar por Le Zoo, você se depara com seus próprios padrões mentais, suas crenças e seus desejos. É uma jornada de libertação — não só dentro do jogo, mas dentro de você”, explica Raissa.
Natural de Sorocaba, interior de São Paulo, Raissa mudou-se para a China aos 16 anos e, desde então, viveu entre o Líbano, África do Sul, Itália e Inglaterra. Após uma carreira consolidada como modelo — com desfiles para marcas como Louis Vuitton e campanhas para Calvin Klein, Revlon e rag & bone —, a artista decidiu canalizar suas vivências multiculturais para um campo onde pudesse explorar novas linguagens e propor conexões entre arte, moda, cultura e tecnologia. O resultado é um estúdio que se posiciona na vanguarda da criação digital, com a missão de expandir realidades e propor novas maneiras de pensar o impacto da tecnologia na mente humana.
Enquanto o mercado de games frequentemente busca prender a atenção por meio de estímulos incessantes, Le Zoo segue o caminho oposto. O jogo foi concebido para estimular a neuroplasticidade, promovendo uma relação mais consciente entre o jogador e o mundo virtual. A experiência convida o público a percorrer um parque temático multidimensional, onde cada ambiente reflete aspectos do inconsciente — como crenças limitantes, memórias e desejos. Mais do que vencer fases, o verdadeiro desafio é mergulhar em si mesmo.
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