Avanços no tratamento do lipedema ganham espaço e trazem novas esperanças

Dr. Maiky Bomucia, especialista em Nutrologia Integrativa explica que estudos recentes apontam classificações mais precisas e terapias metabólicas promissoras

No cenário global da saúde, a condição conhecida como Lipedema, caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura subcutânea, dor e comprometimento funcional, sobretudo em mulheres, vem recebendo atenção renovada da comunidade científica. Pesquisas publicadas em 2025 apresentam novos estágios intermediários (como 1.5 e 2.5) para a classificação da doença, com base em avaliações físicas, questionários e imagem médica.

Além disso, estudos exploram terapias metabólicas, como o uso de agonistas GLP-1/GIP (por exemplo, Tirzepatide), como potenciais abordagens para pacientes cujos tecidos adiposos se mostram resistentes a dietas tradicionais e à perda de peso convencional.Segundo uma revisão publicada em maio de 2025, “o lipedema não tem cura conhecida, e as terapias atuais visam principalmente reduzir sintomas, retardar a progressão da doença e preservar mobilidade e funcionalidade”.

O Dr. Maiky Bomucia, médico atuante na área de Nutrologia Integrativa e especialista em emagrecimento saudável, frisa que esses avanços apontam para a necessidade de uma abordagem individualizada e multidisciplinar. “Quando falamos em emagrecimento saudável, não se trata apenas de ‘perder peso’, mas de recuperar o equilíbrio metabólico, hormonal e estrutural do corpo”, afirma o médico.

Para ele, o lipedema ilustra bem a complexidade dos distúrbios metabólicos que fogem ao padrão convencional da obesidade. “Muitas pacientes chegam dizendo que já fizeram dieta após dieta e mesmo assim aquela gordura localizada ‘teimosa’ permanece. No caso do lipedema, precisamos olhar para o tecido adiposo de modo diferente, considerar fatores hormonais, inflamatórios, linfáticos e de resistência à lipólise”, explica o Dr. Bomucia.

No trabalho clínico de nutrologia integrativa, o médico ressalta quatro pilares fundamentais no manejo do lipedema e de estados de emagrecimento “difíceis”:

Avaliação metabólica e hormonal: “É essencial começarmos por exames que avaliem não apenas as gorduras viscerais ou índice de massa corporal, mas marcadores de inflamação, sensibilidade à insulina, perfil hormonal (estrogênios, progesterona, hormônios tireoidianos) e saúde linfática”, destaca.

Nutrição personalizada: Ele reforça que dietas genéricas muitas vezes falham. “Trabalhamos com plano baseado em evidências, adaptado à paciente — considerando seus hábitos, objetivos, exames e resposta metabólica. No lipedema, por exemplo, há ganho de peso por vias alteradas, então a nutrição deve ser estratégica.”

Terapia de estilo de vida e suporte estrutural: “Compressão, atividade física adaptada, drenagem linfática (quando indicada) e fortalecimento muscular fazem diferença. No entanto, não podemos esperar que apenas a esteira resolva sozinho”, pondera o especialista.

Intervenções metabólicas e hormonais assistidas: Conforme as evidências mais recentes, terapias como agonistas de GLP-1/GIP, modulação hormonal ou até mesmo lipoaspiração especializada aparecem como possíveis etapas de tratamento — desde que bem indicadas. “Nossa tarefa é indicar e monitorar com ciência e responsabilidade”, afirma o Dr. Bomucia.

Ele acrescenta também uma mensagem de otimismo com cautela: “Estamos vivendo um momento em que o lipedema está sendo mais reconhecido, congressos internacionais, novos modelos fisiopatológicos e tratamentos em estudo. Isso abre portas. Mas é importante frisar, não há fórmula mágica, e a chave é a constância, o acompanhamento e a personalização”.

Para pacientes com lipedema ou que enfrentam dificuldades no emagrecimento saudável, o médico recomenda buscar profissionais qualificados, evitar promessas milagrosas e apostar em uma abordagem que considere o corpo como um sistema inteiro, metabolismo, hormônios, estilo de vida, composição corporal, saúde vascular e linfática.

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