A fintech brasileira mira empresas que enfrentam obstáculos para integrar sistemas de pagamentos globais e aposta nas stablecoins para reduzir custos e acelerar transferências
Enviar dinheiro para fora do país ainda é uma operação cara e lenta para a maior parte das empresas brasileiras. Taxas elevadas, intermediários excessivos e sistemas que não conversam entre si continuam criando um descompasso com a velocidade do comércio digital. “As empresas convivem com processos fragmentados e tecnologias que não acompanham a dinâmica dos negócios globais”, afirma Lucca Freire, CEO da UnblockPay. “Quando transações simples levam dias para serem liquidadas, fica claro que o sistema não está funcionando no ritmo que deveria.”
Fundada por executivos com experiência em instituições como Stone e BNP Paribas, a UnblockPay se posiciona nesse ponto de fricção como uma das fintechs que querem redesenhar a lógica dos pagamentos internacionais.
A empresa desenvolveu uma infraestrutura que conecta sistemas locais como Pix, Wire e SEPA a stablecoins amplamente utilizadas pelo mercado, entre elas USDC e USDT. Com uma única API ou por meio da dashboard proprietária, instituições financeiras, processadoras de pagamentos e corretoras de câmbio podem integrar a capacidade de converter moedas tradicionais em ativos digitais e realizar o caminho inverso, em segundos, para seus clientes finais ou como tesouraria interna.
“Queremos tornar o envio de recursos tão simples quanto mandar uma mensagem. A tecnologia já permite isso, mas as empresas ainda esbarram em integrações difíceis e em sistemas fragmentados”, diz Lucca. A leitura do executivo acompanha o avanço das stablecoins no exterior e o esforço de instituições que buscam reduzir custos operacionais e acelerar a liquidação de remessas, especialmente em operações recorrentes de remessas, pagamentos de fornecedores e tesourarias corporativas.
O principal obstáculo para boa parte dessas empresas ainda é a complexidade técnica. Integrar blockchains ao núcleo financeiro exige equipes capazes de lidar com protocolos variados, além de atenção permanente a requisitos regulatórios e práticas de compliance. A UnblockPay atua justamente ao simplificar esse processo e concentrar as etapas críticas da operação.
A UnblockPay viabiliza transferências internacionais e permite que seus clientes lancem produtos globais sem precisar construir internamente toda a infraestrutura e ter as devidas licenças regulatórias, conexões de métodos de pagamentos e parcerias bancárias necessárias.
A estratégia já levou a empresa a fornecer tecnologia para o Mercado Bitcoin no abastecimento de seu produto de remessas entre euros e reais. O movimento reforça a tendência de buscar alternativas ao SWIFT, sistema criado na década de 1970 que ainda domina o setor, embora seja considerado lento e oneroso em vários casos.
A consolidação de marcos regulatórios surge agora como um dos principais aceleradores do mercado. Países como Estados Unidos, Singapura e membros da União Europeia estabeleceram frameworks regulatórios específicos para ativos digitais. Seguindo a tendência, o Banco Central do Brasil avança na mesma direção após publicar resoluções que estruturam a atuação das prestadoras de serviços de ativos virtuais. A UnblockPay está entre as empresas que pretendem solicitar a licença necessária para operar como PSAV no país. Para Lucca, a regulamentação tende a elevar o padrão de segurança e profissionalizar o mercado ao criar um ambiente mais previsível para instituições de grande porte.
A combinação entre maturidade tecnológica das blockchains, convergência regulatória e demanda crescente por operações mais rápidas indica que pagamentos internacionais devem migrar gradualmente para modelos mais ágeis. A expectativa da UnblockPay é que as stablecoins cumpram no cross-border um papel comparável ao que o Pix desempenhou no mercado doméstico, oferecendo velocidade, simplicidade e custos menores.
Com a formalização regulatória em andamento e a ampliação de operações em múltiplas moedas, a fintech reforça áreas como compliance, suporte e controladoria. A intenção é consolidar sua infraestrutura como referência para fintechs, corretoras e fundos que buscam operar pagamentos internacionais em toda a América Latina.
O avanço do setor aponta para uma reorganização estrutural da infraestrutura financeira. A UnblockPay aposta que essa transição ocorrerá de forma contínua, impulsionada pela adoção cotidiana de ferramentas que substituem processos lentos por fluxos compatíveis com a velocidade da economia digital.
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