Há nomes que se inscrevem na história com tinta invisível, como se atuassem nos bastidores de grandes revoluções. Mas há também aqueles que, mesmo sem microfone ou holofote, ressoam como batida forte — porque transformam o que tocam. Yuri Dinalli, conhecido nas quebradas e nos palcos como Dentinho, é um desses nomes.
Com apenas 30 anos, ele já não é apenas uma promessa: é uma realidade pulsante na cultura musical brasileira. Jornalista, poeta, roteirista e gerente artístico, Dinalli é a mente criativa por trás de alguns dos maiores sucessos do funk e do trap nacional. Seu trabalho à frente da GR6 — o maior selo do gênero na América Latina — vai muito além da direção artística. É sobre visão, escuta atenta e amor pela quebrada.
Nascido em São Paulo, Yuri começou sua trajetória na GR6 escrevendo roteiros de videoclipes. Foram mais de 300 histórias que ajudaram a dar rosto e narrativa à musicalidade das periferias. Com o tempo, assumiu a gerência de marketing e contribuiu para estruturar o setor criativo da empresa. Hoje, como A&R, trabalha lado a lado com nomes como MC IG, MC Kako, MC PH, Traplaudo, Vulgo FK e Neguinho do Kaxeta — artistas que estão moldando os rumos da música urbana no Brasil.
Mas a obra de Dentinho não se limita às batidas e refrões. Ele é também autor de cinco livros que celebram a cultura popular com uma escrita que mistura memória, denúncia, poesia e afeto. “A arte da periferia não pede espaço. Ela cria, ocupa e transforma”, ele afirma — e sua trajetória confirma.
Dinalli esteve à frente de quatro álbuns que estrearam entre os 15 mais ouvidos do Spotify Brasil, alguns deles rompendo as fronteiras e debutando também no Spotify Global. O set “Let’s Go 4”, por exemplo, foi um fenômeno de streaming, marcando seu nome com força na indústria fonográfica mundial. Outros álbuns como Perdas & Ganhos, Meu Nome Não é Igor, F**K Songs e Bad Boys são testemunhos de uma sensibilidade rara: entender a dor, o sonho e o talento das ruas e transformá-los em arte.
Seu trabalho já foi discutido em eventos como a Expo Favela Innovation e a Semana da Comunicação da FECAP, e seus livros lançados entre São Paulo e Rio de Janeiro mostram que, entre um beat e outro, também pulsa um pensador, um cronista das margens.
Yuri Dinalli é, antes de tudo, uma ponte: entre o morro e a avenida, entre o microfone e a livraria, entre a favela e os palcos de festivais como o Rock in Rio e o Lollapalooza. Sua obra é viva, é urgente, é necessária.
E no coração dessa história, há um compromisso que emociona: fazer da arte um espelho onde a periferia se reconhece — bonita, potente e dona de si.
Porque no som que ecoa da quebrada, tem verso. E nesse verso, tem Dentinho.
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