Mesmo com a automação industrial cada vez mais alta, facas artesanais se valorizam e movimentam milhões em todo o mundo
Através da habilidade de moldar o metal bruto em ferramentas cortantes, o homem pôde caçar, preparar alimentos, construir abrigos e defender-se. Segundo conta a história, ela nasceu na Europa e ao longo dos séculos, essa prática evoluiu, incorporando técnicas cada vez mais sofisticadas e designes cada vez mais elaborados, transformando-se em uma forma de expressão artística única e cada vez mais valorizada em todo o mundo.
No Brasil, a cutelaria artesanal possui uma rica história, entrelaçada com a cultura e a identidade do país. As primeiras ferramentas de corte foram fabricadas pelos povos indígenas, utilizando materiais como ossos, pedras e madeira. Com a chegada dos colonizadores europeus, novas técnicas e ferramentas foram introduzidas, impulsionando o desenvolvimento da cutelaria no país, tornando – o um dos lideres mundiais, sendo um dos principais exportadores para diversos países como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, França, Bélgica, Portugal, Austrália, Uruguai, Paraguai e Chile.
A alta procura por facas forjadas a mão esta abrindo precedentes até para golpes em sites de venda. Recentemente a policia civil do Rio grande do Sul iniciou a investigação de um grupo de criminosos que estavam criando sites e perfis falsos em redes sociais para vendes facas artesanais a preços mais baixos dos que normalmente são comercializados. Os golpistas publicaram em um site falso fotos retiradas do perfil oficial da fábrica, em que o sócio aparece com um conjunto de facas. O produto custa R$ 349, mas é ofertado pelo grupo por R$ 149. Dentre casos de facas que curam R$ 9.000 na sede das empresas e que estavam sendo ofertadas por menos de R$ 2.000 nos sites falsos. Foram mais de 300 vítimas e um prejuízo estimado de R$ 1 milhão, em quatro meses.
Para falar mais sobre o processo de criação de facas artesanais e sobre valorização do produto intacta ano pós ano, convidamos o Cuteleiro Gilmar Andrade.
“Desde cedo, me encantava a ideia de transformar metal bruto em algo útil e bonito”, confidencia Gilmar Andrade, cuteleiro artesanal há mais de 20 anos. “Na cutelaria, encontrei a união perfeita entre técnica, criatividade e expressão artística.”
Embora a industrialização tenha revolucionado a produção de facas em larga escala, as facas artesanais ainda se sobressaem como as mais procuradas por aqueles que apreciam qualidade, exclusividade e tradição. “O processo artesanal garante que cada peça seja única e especial”, explica Gilmar. “Cada etapa da produção, desde a seleção do aço até o acabamento final, é realizada manualmente com o máximo de cuidado e atenção aos detalhes.”
Atualmente, o ofício cuteleiro mescla a tecnologia das máquinas com as técnicas artesãs da profissão, tornando o trabalho mais rápido e eficiente sem comprometer a qualidade e a personalização de cada peça. “O artesão pode utilizar ferramentas tecnológicas para acelerar e facilitar o processo, mas ainda assim, a maior parte do trabalho é feito à mão”, afirma Gilmar.
O que diferencia as facas artesanais das industriais é a exclusividade, a qualidade superior dos materiais utilizados e o cuidado meticuloso na produção. “O cliente pode escolher cada detalhe da peça, desde o tipo de aço até o material do cabo e o estilo da lâmina”, explica o cuteleiro. “Isso garante que ele tenha uma faca única, que reflita sua personalidade e suas necessidades.”
Em um mundo cada vez mais padronizado, a cutelaria artesanal se destaca como uma forma de valorizar a tradição, a cultura e a identidade. As facas artesanais são mais do que simples ferramentas de cozinha; são obras de arte que podem ser passadas de geração em geração, contando histórias e transmitindo valores.
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