Especialista diferencia os termos Puerpério e Resguardo
Quando uma mulher descobre que está grávida, nasce ali não somente uma nova vida, mas duas. Em meio a um novo ser humano pequeno e indefeso, existe uma mãe fragilizada por conta de toda mudança ocorrida tanto em seu corpo, quanto sob suas emoções que se tornam um misto de alegria, medo, felicidade e grande desafio.
Com todos os cuidados após o nascimento da criança, a mulher passa a buscar compreender as mudanças do seu próprio corpo e mente, tendo nesse meio tempo o que pode ser chamado como Puerpério, um período onde o organismo da mulher precisa passar por diversos processos com a intenção de se recuperar.
Segundo a psicóloga Nanda Perim, o Puerpério é dividido em duas etapas da vida, sendo elas o âmbito fisiológico e o âmbito emocional. No físico, a mulher precisa se recuperar dos 9 meses que ela levou para gerar aquele bebê, crescendo a quantidade de hormônios, fluxo sanguíneo e o peso, além de ter seus órgãos comprimidos dentro da caixa torácica.
“O corpo leva meses para conseguir se recuperar, nesse tempo, ele fica tomado de hormônios tanto da recuperação da gestação, quanto do processo do parto, seja cesariana ou normal”, comenta a profissional que ainda complementa que junto a isso, soma-se a necessidade da amamentação. “Como o bebê tem o estômago muito pequeno, ele quase não dorme, necessitando que a mãe tenha uma privação do sono nesse período”, explica.
Já o psicológico no pós parto, Nanda afirma que ali se encontra uma nova experiência vivenciada pela mulher. Mesmo que ela tenha outros filhos, cada criança traz uma experiência diferenciada à mãe, trazendo um turbilhão de emoções que se amplificam com os hormônios.
“Lembrando que a mulher está passando por esse turbilhão de novas identidades e novos papéis, misturada com a fisiologia hormonal, o que torna tudo ainda mais intenso. No geral, o Puerpério é uma mistura de emoções intensas, físico em recuperação e mente exausta”, diz. Conforme a experiência se torna rotineira, a mulher passa a se acostumar, dominando um pouco mais a amamentação, a rotina e o sono.
Puerpério x Resguardo
Diferente do que se acredita, o Puerpério e o Resguardo não tem o mesmo significado, sendo o primeiro a mulher a protagonista que ira dizer quando acaba ou não, podendo durar até mais ou menos que 2 anos; enquanto o segundo, é defendido como um fator de no máximo 40 dias. De acordo com a psicóloga e especialista em Inteligência Parental, Nanda Perim, o resguardo está associado a um termo machista de uma sociedade patriarcal onde a mulher tem um tempo x para se recuperar e estar disponível sexualmente para o homem novamente.
Para a profissional, esses poucos dias são o tempo estipulado para que a mãe tenha essa recuperação, e assim, possa voltar a satisfazer as necessidades comuns do seu marido. “O resguardo é um conceito extremamente voltado para a mentalidade masculina em uma sociedade machista que vê realmente a mulher com apenas esse papel de reprodutora”, expõe.
Curiosamente, a palavra resguardo tem uma maior reflexão do que é o Puerpério, pois durante o Puerpério, principalmente o imediato, a família está se conectando ao bebê e essa conexão demanda privacidade, tempo e união.
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