Relatório do FONATRANS revela dados alarmantes sobre as condições de vida de travestis e transexuais negras, e convoca a sociedade para ação imediata
O FONATRANS (Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros) acaba de lançar o inédito relatório “Travestilidades Negras”, revelando estatísticas alarmantes sobre as condições de vida e os desafios enfrentados por travestis e transexuais negras e negros no Brasil. Este estudo pioneiro, que reuniu dados de mais de 400 respondentes em todo o país, tem como objetivo mobilizar autoridades e a sociedade civil a adotarem políticas públicas eficazes para combater as desigualdades raciais e de gênero que marcam a vida dessa população.
A pesquisa do FONATRANS, primeira do tipo realizada no Brasil, destaca que 41% das pessoas entrevistadas vivem em situação de extrema pobreza, enquanto apenas 45,83% possuem emprego formal. A precariedade econômica e a exclusão do mercado de trabalho tornam a prostituição uma das poucas alternativas de renda, revelando a falta de oportunidades de emprego dignas para esse segmento. Na educação, 61,74% das entrevistadas/os relataram não estar inseridas/os no sistema escolar, enfrentando obstáculos que vão desde a transfobia até a ausência de políticas de inclusão escolar.
Para Jovanna Cardoso da Silva, presidente do FONATRANS, o relatório representa uma conquista histórica e essencial para a promoção de direitos e igualdade: “Essa pesquisa nos enche de orgulho, pois foi pensada e executada por pessoas trans pretas, a população mais aviltada e marginalizada no Brasil. Nossa população sofre com um apagamento histórico e enfrenta exclusão em áreas fundamentais: não tem pleno acesso à educação, ao mercado de trabalho e aos serviços governamentais de assistência em nenhuma esfera. Pela primeira vez na história do país, esses dados estão disponíveis para subsidiar políticas públicas que promovam inclusão, resgatem a cidadania e contribuam para construir um Brasil mais igualitário, transformador e menos opressor.”
Além de fornecer dados inéditos sobre a renda, educação e saúde da população trans negra, o relatório também apresenta recomendações para políticas públicas inclusivas, como a criação de incentivos para contratação de pessoas trans negras, programas de permanência escolar e capacitação de profissionais de saúde para um atendimento mais respeitoso e inclusivo. As informações reunidas servem como um chamado urgente à ação, pedindo que autoridades, ativistas e a sociedade civil trabalhem juntos para garantir direitos e dignidade a essas pessoas, construindo uma sociedade verdadeiramente igualitária e livre de preconceitos.
O FONATRANS coloca à disposição o relatório completo para fomentar o debate, sensibilizar a mídia e catalisar ações imediatas, visando um Brasil mais justo para travestis e transexuais negras e negros.
Para mais informações e acesso ao relatório completo, entre em contato através dos e-mails fonatran@gmail.com ou projetos.fonatrans@hotmail.com, pelo Whatsapp (89) 99470-8399, ou pelas redes sociais @fonatrans.