Médico ginecologista Dr. Lucas Tosi aponta ainda os riscos e como garantir um tratamento seguro.
Ao entrar no período do climatério e da menopausa, muitas mulheres necessitam restabelecer os níveis hormonais do corpo. A terapia de reposição hormonal (TRH) em pessoas do sexo feminino tem como objetivo aliviar os sintomas causados pela sua queda.
Um amplo estudo publicado pela revista científica Climateric aponta que a mulher brasileira entra na menopausa por volta dos 48 anos e 73,1% sentem os sintomas climatérios no período entre a pré-menopausa e a menopausa.
Ao ser considerada a reposição hormonal para a mulher durante a menopausa, antes da avaliação de qualquer tratamento é preciso verificar se a pessoa pode ou não passar pela terapia de administração dos hormônios. Caso a resposta seja negativa, seja por conta de uma história prévia de um câncer de mama ou algum outro tipo de tumor ginecológico, câncer de hormônio dependente, ou até mesmo um sangramento uterino de causa desconhecida, o profissional naturalmente não indicará esse tipo de tratamento. Mas, e quando a mulher não apresenta nenhuma contraindicação? “Nesses casos, o profissional vai explicar os prós e os contras do tratamento, avaliar os riscos hepáticos e cardiovasculares, analisar as preferências da pessoa, o tempo de menopausa e a intensidade dos sintomas. Só assim a mulher tomará a decisão se deseja ou não fazer o tratamento. Nós, como médicos, devemos acatar as decisões dessa pessoa. O mais importante é orientá-la. E caso não haja nenhuma contraindicação, a reposição hormonal, até que se prove o contrário, é muito benéfica para sua saúde quando realizada de forma apropriada, sob um acompanhamento médico especializado.”, explica o ginecologista integrativo Dr. Lucas Tosi.
Vale lembrar que a menopausa tem 76 sintomas catalogados que podem afetar a vida da mulher. Os principais deles que podem ser revertidos com a terapia da reposição hormonal são os calores (também conhecidos como fogachos) acompanhados da sudorese noturna, distúrbios do sono, irritabilidade, ansiedade, alterações de humor, ressecamento vaginal, dor e desconforto na hora da relação sexual, fadiga, diminuição da libido e concentração, além da diminuição da densidade óssea e muscular. “Quando a mulher inicia o tratamento, há uma melhora mais rápida desses principais sintomas. Agora, essa velocidade vai depender da via de administração hormonal que a paciente irá precisar, além de escolher quais hormônios precisam ser repostos.”, aponta o médico ginecologista, CEO do Instituto Tosi e referência em saúde feminina com foco em menopausa e longevidade.

Quem busca uma terapia de reposição hormonal eficiente, irá utilizar hormônios que são bioidênticos ou isomoleculares. Ou seja, são exatamente iguais aos que são produzidos pelo corpo. Das vias hoje existentes, a dos implantes hormonais é a que traz efeitos de forma mais rápida e estável para a paciente, não dependendo do fato da absorção, seja da pele ou outra via utilizada. Sendo assim, estima-se que a média dos resultados é de 10 até 40 dias. Os géis e a via transdérmica através de adesivos podem levar em torno de 30 a 90 dias para se ter os mesmos efeitos.
“Sempre que se inicia uma reposição hormonal, é fundamental orientar a paciente a respeito de todos os riscos e possíveis efeitos adversos que ela pode presenciar, sobretudo no início do tratamento.”, revela o Dr. Lucas Tosi. Há como citar alguns exemplos, como os sangramentos irregulares por via vaginal, aumento da sensibilidade mamária e retenção de líquido, cefaleia, oleosidade na pele, acne ou mesmo a queda de cabelo. Para garantir a sua segurança, o acompanhamento médico especializado contínuo se torna essencial, com exames periódicos e ajustes personalizados. Além disso, uma avaliação clínica e laboratorial completa antes de iniciar o tratamento é fundamental. E sempre optar pela via transdérmica ou implantes, considerando os géis e adesivos, ou mesmo os silásticos e absorvíveis. Com isso, há uma redução de vários riscos, sobretudo os trombóticos que podem acometer a mulher nessa fase do tratamento.
Quando se pensa em reposição hormonal é natural a associação ao aumento da vitalidade global da mulher por várias questões. É preciso levar em consideração que ela tem o potencial de prevenir diversas doenças como, por exemplo, a osteoporose (redução da massa óssea causada pela falta dos hormônios). Há ainda a redução dos riscos cardiovasculares, já que a reposição hormonal pode melhorar o perfil lipídico, diminuir a resistência à insulina e beneficiar a função endotelial. É possível citar ainda a prevenção de doenças relacionadas à memória e cognição, como demência, Alzheimer, ao assoalho pélvico como as incontinências urinárias, além de várias outras. “Por isso que é fundamental explicar todo esse processo à paciente. A terapia de reposição hormonal não só permitirá uma atenuação dos sintomas que a mulher pode estar sentindo, mas também prevenir doenças futuras.”, explana o médico ginecologista.
Apesar de alguns médicos tratarem da menopausa e reposição hormonal de forma ampla nas diversas mídias, inclusive na internet, percebe-se que a sociedade ainda enfrenta um tabu gigantesco a respeito desses temas. Seja por desinformação ou conceitos que insistem em reverberar até os dias de hoje, a mulher precisa entender que a menopausa é, nada mais, que um período de transição natural cheio de possibilidades. Com toda a tecnologia e conhecimentos adquiridos na medicina, é possível ajudá-la a viver os melhores anos depois dos 40.
Existem ainda várias questões relacionadas a uma invisibilização dessas mulheres maduras nas mídias e nas políticas públicas, o que contribui para todo esse silêncio e manutenção desses tabus. Falas como as da apresentadora Adriane Galisteu num grande portal de notícias são fundamentais para romper esses estigmas e normalizar o debate que deve ser realizado com mais frequência. “É essencial que nós tenhamos esses temas sendo discutidos, seja na educação, nas escolas, na própria capacitação dos profissionais de saúde. Tudo isso vai proporcionar um ambiente mais acolhedor para que esses tabus sejam finalmente esclarecidos e que a gente possa ter conceitos novos e atualizados a respeito. Não só da menopausa como uma fase diferenciada da vida da mulher, mas principalmente sobre todos os tratamentos disponíveis e que fazem com que ela possa, de fato, viver os melhores anos de sua vida depois dos quarenta, não obrigando-a a passar pelos setenta e seis sintomas que a menopausa pode trazer.”, finaliza o Dr. Lucas Tosi.
Com formação sólida em Ginecologia, Endoscopia Ginecológica e Medicina Integrativa, o médico une ciência e práticas inovadoras para promover saúde integral da mulher. É criador do curso “Hackeando a Menopausa” e do Método Menopausa Moderna, que já impactaram milhares de vidas. Sua abordagem acolhe o corpo e a mente feminina, promovendo equilíbrio e bem-estar.
Contatos: @dr.lucastosi
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