Alexandre Nero sofre com pedra no rim; como diferenciar dores na região?

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O ator Alexandre Nero teve que se afastar das gravações de “Travessia” devido a uma crise renal. Segundo ele, foi a pior dor que já sentiu na vida: “Morri, mas passo bem. Foi só a pior dor que já senti na vida, mas já tô gravando de novo. Sou vaso ruim”, disse, em seu perfil no Twitter.

Apesar de os cálculos urinários, também chamados de cálculos renais ou pedras nos rins, serem bem dolorosos, muitas pessoas se confundem quando sentem alguma dor na região abdominal, achando que tudo é crise renal.

Para ajudar a diferenciar onde é cada incômodo, basta imaginar o abdome como um “jogo da velha” (#). A região é como um “estojo” de órgãos, revestidos em sua maioria por uma fina membrana contendo sensores específicos para dor.

No topo e meio do abdome: É o epigástrio, região da boca do estômago. A dor aí não costuma ser intensa, mas é contínua e piora quando se alimenta, o que pode gerar ainda refluxo e azia. Quando aguda, pode ser uma úlcera que abriu ou, mais raramente, problemas no pâncreas.

Lado direito superior do abdome: Abaixo da última costela, fica a vesícula. Uma dor forte ali pode significar cálculo e requer investigação. Fígado em geral não dá dor, mas pode estar relacionado a enjoos, tonturas, dor de cabeça, cansaço, manchas roxas e inchaço.

Lado esquerdo superior do abdome: Dor intensa ali é algo raro. Mas se surgir fraquinha, como uma cólica, e vier acompanhada de diarreia e gases, pode ter relação com intestino. Aumento do baço não causa dor forte, mas um desconforto, inchaço, soluços, febre e palidez.

Alexandre Nero Egobrazil

No centro do abdome: Na região do umbigo pode ser intestino ou hérnia umbilical. Também pode ter relação com úlcera gástrica, prisão de ventre e infecções (gastroenterite, pancreatite).

Lateral direita do abdome: Pode ser por inflamação no intestino, gases, irradiação das dores de vesícula ou de um cálculo no rim direito, sobretudo se percebida em direção às costas.

Lateral esquerda do abdome: Nessa região, denominada flanco (temos direito e esquerdo), a dor pode ter relação com cólica renal, intestino preso, ou algum problema mais sério nesse órgão, principalmente quando prolongada.

Abaixo da região umbilical: É o hipogástrio e dor aí pode ter relação com bexiga (infecção urinária, cistite), mas também cólica menstrual, cólon irritável e diarreia.

Canto inferior direito do abdome: Dor aguda e intensa pode indicar apendicite, obstrução do final do ureter (canal que desce do rim em direção à bexiga) por cálculo, além de hérnia inguinal, rompimento de cisto de ovário, infecção urinária e inflamação intestinal ou testicular.

Canto inferior esquerdo do abdome: Com exceção da apendicite (inflamação do apêndice), os mesmos problemas do outro lado, ambos (direito e esquerdo) denominados de fossa ilíaca.

Existem também as chamadas “dores referidas”, sentidas num local, embora produzidas em outro, e às vezes nem tão próximos. Um exemplo de dor abdominal que evolui para localizada é a de apendicite. Inicialmente é indefinida, na altura do umbigo, mas assim que o processo inflamatório atinge o peritônio, vira localizada e intensa na região inferior direita do abdome.

 

No caso de pedra nos rins, há outros sinais

Muitas vezes, quando o cálculo está alojado no rim, não há sintomas ou dor, e o problema só é percebido após um exame de ultrassom ou tomografia.

Entretanto, quando a pedra se desloca para outras partes do corpo, como bexiga, canal da uretra, ureter ou até a região dos testículos, há sinais que podem fazer com que você descubra —de forma não muito agradável— que sofre de cálculo renal.

Segundo os especialistas, o cálculo renal tende a afetar mais homens do que mulheres. A maior incidência é em jovens na casa dos 20 anos, e está ligada à baixa ingestão de água ao longo do dia e à alimentação. Portanto, ao perceber alguns dos três sintomas abaixo, procure um médico.

Tem sangue na sua urina: a presença de sangue na urina, ou hematúria, ocorre por diferentes problemas e não é exclusivamente ligada ao cálculo renal. Mas a relação existe. Além disso, se a pedra se deslocar para o canal da uretra, pode causar dano na estrutura do trato urinário e lesar vasos sanguíneos. Nesse caso, a presença de sangue na urina pode ser visível ao olho nu ou somente nos exames.

As idas ao banheiro aumentaram: se de uma hora para outra você passou a ir muito mais vezes ao banheiro, sem ter feito grande mudança na hidratação, pode ser sinal de que algo está errado com sua bexiga, como uma pedra que começou a se “movimentar” —esse deslocamento costuma ser acompanhado de dor. Também pode haver diminuição no fluxo urinário.

Vale ressaltar que muitas coisas podem aumentar a frequência com que você faz xixi, como a quantidade de água que você toma e o consumo de cafeína —presente no café, em alguns chás e refrigerantes. Portanto, é importante verificar se não houve mudança de hábitos antes de se preocupar.

Dores insuportáveis: quando o cálculo renal se desloca para a bexiga ou pelo canal da uretra, é comum sentir uma dor lombar aguda, unilateral, que tende a se deslocar para as partes mais baixas do abdome. Em alguns casos, os homens também sofrem um desconforto nos testículos e as mulheres, nos grandes lábios.

Como tratar?

Tem que fazer a pedra sair. Dependendo do tamanho, elas podem ser removidas pela urina ou por cirurgia.

Cálculos de até cinco milímetros de diâmetro têm 85% de chance de serem eliminados espontaneamente na urina, e os de até oito milímetros de 50%. O importante é beber bastante água para ajudar a mover a pedra. E tomar medicação para dor, se necessário.

Quando as pedras são maiores ou quando o quadro se agrava para uma infecção urinária, pode ser necessária a cirurgia endoscópica, para “quebrar as pedras”.

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