A atriz Lian Gaia, 34 anos, é destaque no longa-metragem” Eclipse” dirigido por Djin Sganzerla que foi lançado na 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Lian fala sobre os desafios do seu novo projeto.
“O primeiro desafio, é o próprio tema a ser abordado. Questões do universo da mulher, da relação intensa com a irmã, a questão da origem de Nalu que também é uma mulher indígena. Acho que toda obra que aborda um tema que não atravessa diretamente os criadores da obra é um desafio. E pra toda equipe encontrar dentro daquele fazer cinema um lugar seguro, um lugar que não seja mais um lugar que estereotipa um corpo originário, um corpo nativo. Então, o desafio é sempre algo que também é novo. O desafio também é uma oportunidade pra todos ali aprenderem uma palavra nova, uma forma nova, uma cultura nova, uma vivência nova. Nalu está em um contexto de cidade, de tecnologia. Mesmo vinda de uma aldeia. Isso já desmistifica o que seria um corpo originário, né? Um corpo indígena, afinal, nós estamos na cidade resistindo a toda essa vinda da cidade até os nossos territórios há séculos”, declara a atriz.
A atriz ressalta a importância e o orgulho de estar em uma obra em que a personagem é humanizada na sua ancestralidade e sem estereótipos na modernidade.
“A dignidade de trazer Nalu como um ser humano que sente, que pensa, que interage com a sua ancestraliidade e também com o que é tecnológico. Desmistificar esse corpo indígena, esse corpo nativo que é sempre visto dentro de uma única caixa, um único fenótipo, uma única maneira de viver e de de pensar sendo mais de 300 povos e falamos mais de 200 línguas. Acredito que seria injusto trazer para essa personagem uma única leitura, um único trejeito ou um único maneirismo. O desafio nesse processo é um desafio que esbarra também em questões pessoais, porque questões femininas, atravessam a maioria das mulheres. O corpo da mulher é um corpo muito visado é um corpo sem paz ainda um corpo muito objetivado”, destaca Lian.
A atriz também fala sobre as semelhanças e diferenças com sua personagem.
“Temos a lealdade em comum. A Nalu é muito leal ao que ela fala, e ao que sente. Isso é uma coisa que me atravessa profundamente desde a infância. Na luta tem uma relação muito forte com a sua ancestralidade e com a sua vó os mais velhos. É algo que eu acredito profundamente. Afinal de contas, é graças aos nossos mais velhos e a ancestralidade que estamos aqui. A minha personagem tem uma irmã, eu tenho duas, e a minha relação com elas também é uma relação de proteção e de acolhimento. A diferença entre nós é que Nalu não cresceu com a sua irmã eu cresci com as minhas duas irmãs, e mesmo com tantas diferenças, nunca soltamos a mão uma da outra” , declara Gaia.
Lian Gaia cursou a sétima Oficina de Atores da Cesgranrio e é aluna da Casa das Artes em Laranjeiras (CAL). Entre seus trabalhos recentes, destacam-se o especial “Falas da Terra” exibido na Rede Globo; curta-metragem “Baile” Festival RePensa e Echoes Indigenous Film Festival returns to the ICA in London; a série “DOM” do Amazon Prime Video; a novela “Vai na Fé” também da Rede Globo e partcipou da Turnê internacional do espetáculo “Depois do Silêncio” dirigido por Christiane Jatahy e que rodou o mundo passando por importantes teatros como REDCAT em Los Angeles (USA) e o Wiener Festwochen, em Viena na Áustria.

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