Em um mundo cada vez mais competitivo e digitalizado, o diploma de ensino superior deixou de ser apenas um papel na parede para se tornar uma das principais chaves de acesso a oportunidades profissionais, estabilidade financeira e realização pessoal. Dados do IBGE mostram que, em 2024, brasileiros com ensino superior completo ganham, em média, 2,8 vezes mais do que aqueles que pararam no ensino médio. Mais do que salário, porém, a formação universitária de qualidade é capaz de romper ciclos de pobreza, ampliar horizontes culturais e desenvolver habilidades que transformam vidas por completo.
O impacto econômico que não mente
A relação entre diploma e renda é uma das mais estudadas no Brasil e no mundo. Segundo o relatório “Education at a Glance 2024”, da OCDE, cada ano adicional de estudo superior aumenta a renda média em cerca de 12% a 15% ao longo da carreira. No Brasil, o Censo da Educação Superior 2023 (Inep) revelou que a taxa de desemprego entre quem tem diploma é de 5,9%, menos da metade da registrada entre quem tem apenas o ensino médio (12,4%).
Esses números não são apenas estatísticas frias: eles representam histórias reais. Um jovem da periferia de São Paulo que conclui Engenharia em uma universidade bem avaliada tem 86% mais chance de alcançar a classe A ou B até os 35 anos do que um colega com as mesmas origens, mas sem formação superior, conforme pesquisa da FGV Social de 2024.
Além do salário: o poder transformador da educação
O diploma, quando obtido em instituições de qualidade, faz muito mais do que abrir portas no mercado de trabalho. Ele desenvolve pensamento crítico, capacidade de resolver problemas complexos e resiliência — competências cada vez mais valorizadas em um cenário de automação e inteligência artificial.Um estudo longitudinal da Universidade Stanford acompanhou 12 mil egressos durante 20 anos e concluiu que quem passou por uma formação superior sólida apresenta níveis 42% menores de depressão e ansiedade na meia-idade, além de maior engajamento cívico e voluntário. No Brasil, a pesquisa “Juventudes e a Pandemia” (2023), da Fundação Roberto Marinho, mostrou que jovens com diploma relatam sentir-se 63% mais “donos do próprio futuro” do que aqueles sem ensino superior.
Rompendo o ciclo intergeracional da pobreza
Talvez o efeito mais poderoso da educação superior seja sua capacidade de interromper a reprodução da pobreza entre gerações. Filhos de pais com ensino superior completo têm 4,7 vezes mais chances de também concluir a universidade, segundo o PNAD Contínua 2024. Esse fenômeno é conhecido como “elevador social”: o diploma não beneficia apenas quem o conquista, mas toda a família e, muitas vezes, a comunidade ao redor.
Um exemplo emblemático é o caso de Maria Aparecida Silva, primeira da família a entrar na universidade pública via Enem, hoje médica pediatra no interior do Maranhão. “Minha mãe era diarista e meu pai pedreiro. O diploma superior mudou o destino não só meu, mas dos meus irmãos mais novos, que hoje também estão na faculdade”, conta. Histórias como a dela se repetem aos milhares todos os anos.
O mito do “diploma por diploma”
É importante, porém, fazer uma distinção fundamental: nem todo diploma tem o mesmo peso. Um curso superior de baixa qualidade — muitas vezes oferecido por instituições com conceito insatisfatório no MEC — pode até piorar a situação do estudante, endividando-o sem entregar formação real. O IGC 2023 mostrou que egressos de cursos com nota 1 ou 2 no Enade têm empregabilidade e salário semelhantes aos de quem parou no ensino médio.
Por isso, mais do que simplesmente obter um diploma, é essencial buscar educação de qualidade. Instituições bem avaliadas (IGC 4 e 5), com corpo docente qualificado, infraestrutura adequada e alta taxa de empregabilidade dos egressos fazem toda a diferença. Escolher bem a universidade e o curso é tão importante quanto decidir fazer o ensino superior.
Desafios e soluções para ampliar o acesso
Apesar dos benefícios claros, o acesso ao ensino superior de qualidade ainda é desigual no Brasil. Apenas 21% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados na universidade (Censo 2023), e a maioria vem das classes A e B. Programas como Prouni, Fies e cotas nas universidades públicas ajudaram a mudar esse cenário, mas ainda há muito a avançar.
Experiências bem-sucedidas mostram caminhos possíveis. O Instituto Federal de São Paulo (IFSP), por exemplo, conseguiu levar 68% de seus alunos de cursos superiores tecnológicos para o mercado de trabalho em até 6 meses após a formatura, mesmo recebendo majoritariamente estudantes de escola pública e baixa renda. Parcerias entre universidades e empresas, bolsas de iniciação científica e programas de permanência estudantil têm se mostrado eficazes para reduzir evasão e aumentar a qualidade.
Um investimento que vale a pena
Quando se coloca na balança custo e benefício, o ensino superior de qualidade é um dos investimentos mais rentáveis que uma pessoa pode fazer na vida. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) calculou que, no Brasil, cada real investido em educação superior retorna entre R$ 5 e R$ 7 para a sociedade ao longo da vida do profissional, considerando salários maiores, impostos pagos e menor dependência de programas sociais.
Para o indivíduo, o retorno é ainda mais palpável. Um engenheiro civil formado por uma boa universidade recupera todo o investimento feito nos estudos (seja tempo ou dinheiro) em menos de 3 anos de trabalho. Um médico, em menos de 2 anos. Mesmo em áreas menos remuneradas, como Letras ou Pedagogia, quem se forma em instituições de excelência encontra colocação mais rápida e melhores condições de carreira.
Conclusão: o diploma como ponto de partida, não de chegada
O diploma de ensino superior não é uma garantia absoluta de sucesso — isso depende também de esforço, networking e adaptação constante. Mas ele é, sem dúvida, a mais sólida base disponível hoje para quem quer transformar a própria vida e a de sua família.
Em um país marcado por desigualdades históricas como o Brasil, a educação de qualidade segue sendo o instrumento mais poderoso de mobilidade social que conhecemos. Mais do que um simples pedaço de papel, o diploma de ensino superior representa a possibilidade real de escrever uma nova história — pessoal, familiar e até nacional.
Tentativas de atalho, como comprar diploma superior em sites clandestinos, prometem o símbolo sem o conteúdo, mas destroem exatamente o que mais importa: a credibilidade e o conhecimento real que abrem portas de verdade. Quem opta por essa fraude troca anos de construção por minutos de ilusão e, quase sempre, termina com a carreira comprometida para sempre.
Investir em ensino superior de qualidade não é gasto: é construção de futuro. Esse futuro começa com uma escolha consciente — estudar de verdade, buscar formação de excelência, independentemente das dificuldades do caminho. Porque, como já dizia Paulo Freire, “educação não transforma o mundo. Educação transforma pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
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