O lançamento do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, vem despertando grande expectativa no cenário cinematográfico brasileiro. Com um elenco formado por ícones como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, o longa tem ganhado espaço em festivais internacionais, incluindo o Festival de Veneza, onde levou o prêmio de Melhor Roteiro.
A obra também foi apontada pela crítica como possível candidata ao Oscar, levando o cinema brasileiro a mais uma temporada de premiações.
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Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” aborda a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), uma mulher que viveu os horrores da Ditadura Militar e precisou enfrentar o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello).
Nos primeiros minutos do longa, o espectador se transporta para o Rio de Janeiro dos anos 1970, onde o clima de tranquilidade e vida social convivia com as sombras da repressão. Rubens, ao mesmo tempo uma presença e uma ausência, deixa um impacto duradouro na narrativa e na vida de sua família.
Para a protagonista, Fernanda Torres, o filme é um aviso sobre as atrações e os perigos de governos autoritários.
Fernanda Montenegro: força e resiliência nas telas
Com maestria, Fernanda Torres retrata a complexidade emocional de Eunice Paiva. Em uma de suas cenas, por exemplo, Eunice e os filhos posam para uma foto, contrariando o pedido do editor da revista e sorrindo. Uma escolha simbólica sobretudo para uma mulher que enfrentava um luto constante e cheio de incertezas. As expressões contidas da atriz, dessa forma, revelam a dor interna da personagem e sua força para manter a família unida.
Em um dos momentos mais emocionantes do filme, Fernanda Montenegro representa Eunice nos estágios mais avançados do Alzheimer, mostrando a continuidade de uma trajetória marcada pela resiliência e o amor familiar. Mesmo em silêncio, a atriz deixa sua marca, transmitindo uma carga simbólica que engrandece a obra.
Além do enredo histórico, a direção de Salles traz uma conexão afetiva com a narrativa. “Ainda Estou Aqui” marca o cinema nacional com atuações intensas e uma direção cuidadosa. Com um olhar sensível e crítico, o filme relembra a importância de não esquecer o passado, homenageando a luta de famílias que viveram as consequências de um período sombrio da história brasileira.
Vale ressaltar que “Ainda Estou Aqui” é a maior chance do Brasil receber mais uma indicação ao Oscar de melhor filme internacional desde “Central do Brasil”, em 1999. Além disso, o longa marca o reencontro – mesmo que breve – da grande dupla desse clássico, o diretor Walter Salles e a atriz Fernanda Montenegro.