O câncer infantil é um dos maiores desafios enfrentados por famílias em todo o mundo, exigindo diagnóstico precoce e acesso a tratamentos especializados. No Brasil, histórias como a de Maria Luiza, filha da atriz Luiza Valdetaro, diagnosticada com leucemia linfática aguda (LLA) aos 3 anos de idade, e de Lua, filha do apresentador Tiago Leifert e da jornalista Daiana Garbin, que enfrentou um retinoblastoma ainda bebê, ajudaram a dar mais visibilidade ao tema. Esses relatos reforçam a importância da informação, da atenção aos sinais de alerta e do acompanhamento médico adequado no combate à doença.
Mas quais são os tipos mais comuns da doença em crianças e como identificá-los? Para responder, o oncologista pediátrico Dr. Afonso Pereira lista os principais tipos e explica a relevância da detecção precoce.
Leucemias
As leucemias representam cerca de 30% de todos os casos de câncer infantil, sendo o tipo mais frequente entre 2 e 5 anos de idade.
“A leucemia linfoide aguda (LLA) é a mais comum, seguida pela mieloide aguda (LMA). O diagnóstico é feito por exames de sangue e biópsia da medula. Os sinais incluem fadiga, palidez, hematomas fáceis, infecções frequentes, dor óssea e manchas vermelhas na pele. O tratamento é baseado em quimioterapia, podendo ser combinado com radioterapia e transplante de medula.”
Tumores do Sistema Nervoso Central (SNC)
Correspondem a cerca de 20% dos cânceres infantis, com destaque para astrocitomas, meduloblastomas e ependimomas.
“Os sintomas variam conforme a localização do tumor, mas incluem dores de cabeça persistentes, vômitos matinais, problemas de visão, convulsões e dificuldade de equilíbrio. O diagnóstico é feito com exames neurológicos, tomografia, ressonância e biópsia. O tratamento envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia.”
Linfomas
Os linfomas representam cerca de 10% dos cânceres em crianças, divididos em Hodgkin e não Hodgkin.
“Os sinais incluem aumento indolor de gânglios linfáticos no pescoço, axilas ou virilha, febre, suor noturno, perda de peso e tosse. O diagnóstico é confirmado por biópsia e exames de imagem. A quimioterapia é o principal tratamento, mas radioterapia e imunoterapia também podem ser indicadas.”

Neuroblastoma
Esse tumor sólido se desenvolve a partir de células nervosas imaturas, geralmente em crianças menores de 5 anos.
“Os sintomas variam, mas podem incluir caroços no abdômen ou pescoço, dor óssea, dificuldade para respirar e até manchas azuladas na pele. O diagnóstico é feito por exames de imagem, biópsia e dosagem de catecolaminas. O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, transplante de medula e terapias-alvo, como inibidores anti-GD2.”
Tumor de Wilms (Nefroblastoma)
Esse câncer afeta os rins e é mais comum entre 2 e 5 anos de idade.
“O principal sinal é uma massa abdominal palpável, muitas vezes percebida pelos pais. Também pode haver febre, sangue na urina, dor abdominal e pressão alta. O diagnóstico é feito com ultrassonografia, tomografia e biópsia. O tratamento envolve cirurgia, quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia. Quando diagnosticado cedo, as chances de cura são altas.”
A importância do diagnóstico precoce
O sucesso no tratamento do câncer infantil depende diretamente da rapidez no diagnóstico.
“Quanto mais cedo o câncer é identificado, maiores as chances de cura e menores os riscos de complicações. Os pais devem estar atentos a sinais persistentes, realizar consultas médicas de rotina e procurar ajuda imediata diante de sintomas suspeitos. A informação e a vigilância são fundamentais para salvar vidas.”
Com orientação do oncologista pediátrico Dr. Afonso Pereira

Sobre o especialista
O Dr. Afonso Pereira é médico oncologista pediátrico, formado pelo Hospital da Baleia (BH) e atuante no Mato Grosso. Integra as redes ONCOLOG Cuiabá, ONCOPLUS e ONCOPRIME. É diretor do Hospital das Clínicas Primavera (MT) e referência no cuidado humanizado a crianças e adolescentes com câncer.
Contato: @drafonso.oncoped
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