Hugo Bonemer vira Homem de Lata e chama atenção para a reciclagem de alumínio

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A latinha que você bebe hoje volta pro supermercado em menos de um mês! Eu sou Hugo Bonemer e estou como colunista convidado da revista Quem para falar sobre sustentabilidade. Para isso chamo mais artistas, desenvolvemos o discurso juntos por meio da arte e então relato essa experiência na coluna. Hoje é dia de gritar pros quatro cantos que reciclar alumínio é vida.

Há alguns anos conheci o trabalho do Fabio Borburema, que nas suas obras usa metais, retalhos de jornal e faz uma espinha dorsal com fios de cobre. É tudo abstrato, mas eu olho para o trabalho dele e gosto de imaginar uma cirurgia, e aí eu penso em cura, em recuperação… penso em vida! Como é gostoso viajar numa obra de arte! O Fabio topou o desafio de me usar como suporte para sua obra e decidiu me transformar num homem de lata. Eu amei! No Brasil a gente recicla quase todo o alumínio e a razão disso é puramente econômica: para a indústria, o reciclado é mais barato que o novo. Dá pra reciclar o alumínio por muito tempo perdendo pouca qualidade a cada vez e o processo todo sustenta milhares de trabalhadores informais num país tão desigual.

Não é novidade para a indústria que reciclar o alumínio é mais sustentável e não é novidade para você que separar o lixo em casa só colabora. Imagina agora se toda a coleta do lixo da sua cidade já fosse separada!? As cooperativas de reciclagem estão crescendo, portanto preferir lata de alumínio é uma daquelas mudanças que fazem toda diferença na forma como a gente sustenta a sociedade e o meio-ambiente.

Hugo Bonemer vira Homem de Lata e chama atenção para a reciclagem de alumínio - Foto: Oseias Barbosa / Divulgação
Hugo Bonemer vira Homem de Lata e chama atenção para a reciclagem de alumínio – Foto: Oseias Barbosa / Divulgação

Como comparativo, a reciclagem do plástico é ínfima porque a realidade é totalmente inversa: o plástico reciclado é mais caro que o novo e perde muita qualidade cada vez que passa por um novo processo de transformação, aguentando no máximo três ou quatro ciclos se não for misturado com plástico novo, até se transformar em um polímero de baixa qualidade, sem utilidade e que não se biodegrada.

Imagina não existir mais garrafinhas e outros plásticos de uso único como copinhos, potinhos, embalagenzinhas…

Mas não ache que o alumínio em si é perfeito, não! A exploração de minas de bauxita é muito questionável na esfera socioambiental, no que se refere ao gasto de energia e água, emissão de CO2 e por deixar crateras imensas onde haviam montanhas. Além disso, há plásticos na latinha: na cola que segura a tampa e numa película revestindo todo o interior. Ainda assim, a latinha tem infinitamente menos plástico que uma garrafa e se reciclada, em menos de um mês já fez dinheiro circular e já está belíssima de volta na prateleira.

Fiquei vendo o vídeo que está no feed do Instagram da Quem e no meu e refletindo sobre como que me movimentar dentro da armadura de lata era difícil. Eu podia, mas era limitado e angustiante. E é assim que me sinto quando escuto falarem de crescimento econômico sustentável: É desconfortável e não existe a tal “solução de milhões”, a que resolva todos os problemas do micro ao macro dessa cadeia.

Não dá para idealizar qualquer solução quando falamos de sustentabilidade, porque geralmente estamos apagando um incêndio de um lado e acendendo faísca do outro. Nessas horas respiramos fundo e procuramos o menor impacto possível com o que sabemos fazer hoje. Por isso temos urgência em inventar e colocar em prática novas soluções que sustentem melhor o que queremos.

Quais alternativas você já conhece e pratica? O que você gostaria de ver nas prateleiras do supermercado que você frequenta? Como você gostaria que fossem tratados os materiais recicláveis no seu bairro, na sua cidade e no seu país?

Obra: HOMEM DE LATA
Artista convidado: Fabio Borburema
Fotos: Oseias Barbosa
Video: Ribamar Filho
Produção/ Caracterização/ Vídeo: Yasmin de Liz
Direção/ Edição/ Produção e Texto: Hugo Bonemer

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