Ivan Moré corta álcool e 95% de seus amigos antigos para voltar renovado à televisão

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De 2019 para cá, Ivan Moré, 46, passou por uma fase que ele classifica como “terrivel”. Tudo começou com seu desligamento da TV Globo, onde trabalhou por duas décadas.

Depois, viu seu casamento chegar ao fim e, na pandemia, ficou internado por dez dias por causa de complicações da Covid. Moré também foi assaltado três vezes no período de um ano e meio. Entre tantos dissabores, a saúde mental ficou abalada e ele recebeu do médico o diagnóstico de depressão.

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Mas o tempo passou e o jornalista agora diz se sentir outra pessoa. Contratado pela RedeTV!, ele estreia o esportivo Qualé, Moré? nesta segunda (11), e afirma que se dedicou a entender melhor a própria mente, estudou filosofia, parou de beber e cortou 95% dos nomes de sua lista de pessoas que considerava seus amigos. Por último, mas não menos importante, apaixonou-se. “Vivo um renascimento”, diz.

Moré conta que recusou convites do SBT, Cultura e uma proposta “quase irrecusável” da Record para poder ser não só um apresentador, mas um empreendedor que tentará levar monetização e patrocínios para a nova emissora. “Sabemos que a RedeTV! não tem uma grande audiência, mas é preciso ter paciência, criar um boca a boca e só depois disso ver um ibope melhor”. Confira a entrevista completa de Moré, adepto do discurso em terceira pessoa, abaixo.

Ivan Moré Corta Álcool E 95% De Seus Amigos Antigos Para Voltar Renovado À Televisão
Ivan Moré corta álcool e 95% de seus amigos antigos para voltar renovado à televisão

O que te motiva a voltar à TV?

Foram quatro anos e meio longe da televisão. Ao mapear o mercado, notei que poderia ser um bom negócio retornar com liberdade editorial, inovação e tecnologia. Oxigenei a minha imagem e tive um período de reflexão para agora reiniciar com mais entendimento e maturidade na produção de um conteúdo autoral.

Você foi sondado por outros canais?
Recebi convite do SBT, Cultura e Record. Para essa última, foi uma proposta quase irrecusável para comandar os realities do canal. Mas eu estava apalavrado com a RedeTV!

Qual seria o diferencial do seu novo programa, o Qualé, Moré?
Temos a chance de criar, de propor uma nova linguagem, um desafio de fazer algo novo que não encontramos nos outros canais, de misturar factual com entretenimento. Vamos fazer uma atração também para as pessoas que não sejam viciadas em esporte, falar mais da parte humana do jogador de futebol com uma narrativa que se conecte com as novas gerações.

Até que ponto se preocupa com a cobrança por audiência?
Vamos propor o novo e encantar aos poucos. Sabemos que a RedeTV! não tem uma grande audiência, mas é preciso ter paciência, criar um boca a boca e só depois disso ver um ibope melhor.

Quais as principais mudanças do Ivan Moré da Globo para o de agora?
O Ivan que deixou a Globo em 2019 não tinha maturidade para entender o momento da sociedade. Sou grato à Globo, mas agora é tudo novo. Eu amadureci meu lado individual, consegui montar uma equipe, escrever um projeto com tranquilidade, ter entendimento que não vamos agradar do dia para a noite.

Está preparado para possíveis críticas?
Elas vão aparecer, mas sem pressa e sem pausa alcançaremos um projeto autoral e verdadeiro. Não adianta propor a ideia de que vamos arrebentar de cara, pois sabemos que a estrutura não é igual, mas temos criatividade e coragem. No médio prazo, o programa vai fazer muito sucesso.

O Qualé, Moré? tem patrocínio de uma casa de apostas. Como é essa parceria?
Eles estão fazendo um aporte fundamental para o projeto, mas não significa que o tempo todo seremos apelativos no quesito apostas. Eles não terão nenhuma interferência na linha editorial. Vamos propor uma educação sobre esse tema para falar de apostas responsáveis.

Você passou por uma fase delicada depois que saiu da Globo. Como foi?
Estou vivendo um momento de renascimento, mais maduro, mais humilde do que eu era, deixando meu ego de lado e focando nas coisas que importam. De 2019 para cá, veio a pandemia, o término de um casamento com dois filhos, que acabou de uma maneira que não imaginava, com embate na Justiça. Não teve traição, mas meus filhos sofreram. Eu fiquei triste. Também fiquei internado dez dias com Covid.

Quando percebeu que dava para ser feliz de novo?
Eu tive que bater no fundo do poço para me levantar e descobrir meu verdadeiro valor. Com persistência e resiliência, aos poucos fui reconstruindo hábitos mais saudáveis, cortei praticamente tudo de álcool, me exercito, estudei filosofia, cortei 95% do meu ciclo de amizades. E veio a Giovanna, minha noiva que é também minha sócia.

Qual a importância dela para este novo Ivan?
Total. Quero casar de novo, ter mais filhos. Fiz vasectomia, estou pensando em reverter, vamos ver. Temos 23 anos de diferença. Em breve, teremos novidades quanto a isso. O pedido de casamento foi feito em Londres. Eu achava que estava acomodado e a vida me trouxe um novo amor.

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