Ludmilla: “Imagine se eu só escrever ‘Maldivas’? Tem que fazer umas sofrências”

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Era 2013, Ludmilla tinha 17 anos e anunciava, dramática, no antigo Twitter (agora X) que, por causa de ameaças de seu ex-empresário, o seu sonho tinha se estilhaçado: “Eu queria avisar pra vocês que eu não canto mais, que a MC Beyoncé acabou”. Quase 11 anos depois, tendo recomeçado a carreira com o seu nome de batismo, a cantora chegou aonde jamais poderia ter imaginado.

Esta terça-feira, às 21h, ela lança o terceiro volume de sua vitoriosa série de discos de pagode (“Numanice”, com o qual vai singrar os mares a partir do mês que vem no Cruzeiro da Ludmilla). Em abril, ela será atração do festival californiano Coachella. E em maio começa a correr o país com a turnê Ludmilla in The House — algo que nunca fez na vida, com shows “completos, diferentes, gigantes, algo que o Brasil não está acostumado a ver em todos os estados, só nos grandes festivais”.

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— A música fala mais forte do que qualquer problema, eu consegui passar por cima desse obstáculo (de quando era MC Beyoncé). E depois eu nunca mais pensei em desistir — comove-se a artista, que em dezembro, simbolicamente dez anos depois do episódio, foi recebida de braços abertos por ninguém menos que Beyoncé, em Salvador. — Ela é muito fofa, humana, ela olha nos olhos. A Beyoncé já sabia quem eu era e estava esperando para me conhecer. Eu comecei a cantar por causa dela e consegui contar isso para ela, era o meu maior sonho!

Projeto que Ludmilla, artista surgida no mundo do funk, lançou em 2020, no começo da pandemia de Covid-19, “Numanice” não só mostrou que ela também poderia cantar samba como teve um sucesso estrondoso, botando 60 mil pessoas num Engenhão em 2023.

— Esse foi um projeto que nasceu do fundo do meu coração e fiquei muito feliz porque, assim que eu coloquei ele na rua, as pessoas abraçaram. Era um projeto em que muita gente não acreditava — alfineta. — O segundo “Numanice” foi melhor ainda, porque que a gente ganhou um Grammy (Latino, na categoria samba/pagode), e este terceiro… eu sou suspeita para falar, mas é o melhor “Numanice” de todos. Ele traz uma Ludmila mais madura no segmento do pagode. No primeiro eu tive muitas gravações, no segundo trouxe mais músicas autorais e agora tenho pouquíssimas regravações.

Nas novas composições, Ludmilla pôs as “coisas que estava sentindo, coisas que queria falar”. E a mais pessoal delas em “Numanice #3 — Ao vivo” é “A preta venceu” (parceria com Cleitinho Persona e Elizeu Henrique), a música certa para o momento em que está prestes a completar 10 anos de carreira de carreira discográfica (Lud estreou em 2014 com o álbum “Hoje”, que teve como hits a faixa título e “Te ensinei certim”).

— No dia da gravação eu me emocionei, porque eu acabei lembrando de tudo que eu passei, de tudo que eu construí e de como foi difícil chegar aqui — conta. — “A preta venceu” fala que eu enchi minha mãe de orgulho, e ela estava ali, chorando nessa hora. Foram 10 anos de carreira muito árduos, e conseguir retratar isso em música é muito forte. Tudo que eu falo na música, eu consegui sentir ali, na gravação.

O drama da amante

“Numanice #3” tem sambas sobre vários temas, inclusive com muita dor de cotovelo, o que contrasta com a feliz vida amorosa de Ludmilla com a bailarina Brunna Gonçalves, com quem, aliás, vem planejando uma gravidez.

— Tenho que agradar a todo mundo, né? Imagine se eu só escrever “Maldivas”? Tem que fazer umas sofrências — avisa ela, que para o novo disco compôs (com Umberto Tavares e Jefferson Jr.) “26 de dezembro”, uma música sob o ponto de vista da amante. — A gente já está no terceiro “Numanice”, então tem que abordar temas que ainda não abordou. Ali, a gente tem uma amante que não está ali só pela putaria, ela realmente acabou se apaixonando, é algo mais forte do que ela. A gente está sempre querendo botar todo o tipo de sentimento.

Entre as poucas regravações de “Numanice #3” estão as das dobradinhas “Diz pra mim”/“Preciso desabafar” (do Exaltasamba) “Clichê” (Sorriso Maroto)/“Cedo ou tarde” (rock do NX Zero, transmutado em pagode).

— Vai dar uma nostalgia só escutar aquelas músicas antigas, só que com nova roupagem, novo arranjo, nova voz — aposta Ludmilla. “— A gente fez história, tem um momento do pagode antes do “Numanice” e outro depois do “Numanice”. A gente trouxe um frescor, ditou tendência… fico muito feliz quando eu consigo apresentar a músicas antigas, tem muitas pessoas que ouvem essas músicas pela primeira vez comigo.

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Fervo da Lud

O pique de Ludmilla já é de “Numanice #3”, mas o carnaval ainda a mantém animada, lembrando que bateu um recorde ao pôr 1,2 milhão de pessoas no Rio, na terça-feira de folia, para ver o seu megabloco, o Fervo da Lud.

— Foi maravilhoso, é sempre muito bom estar com o meu Rio, estar com as pessoas que me acompanham. Sei que muitas daquelas pessoas ali não têm condição de ir a um show meu, e ali é gratuito. É um dos momentos que eu mais amo, o de cantar com essa multidão — diz. — Porém, eu zelo pela integridade de todo mundo, vi que tinha muita gente passando mal por causa do calor e aí eu me senti mal com isso. Decidi acabar com o show, mas foi poucos minutos antes do final, todo mundo se divertiu, todo mundo ficou feliz, é o que importa.

E o carnaval para ela também foi o do grande hit “Macetando”, “um superpresente” de Ivete Sangalo, que a chamou para dividir os vocais:

— Foi um hit que todos os cantores fizeram em seus shows de carnaval. Eu falo muito “macetar”, é muito carioca essa gíria. E a música botou ela na boca do Brasil todo — comemora ela, que em abril já estará em outros climas, em seu primeiro grande show fora do Brasil, no Coachella. — Vai ser um show novo, todo montado para o festival, a gente está contratando profissionais do mundo inteiro para participar dele. A gente vai inovar. Vai ter participação especial BR e gringa também.

Mas o Brasil também verá muita Ludmilla em 2024. Mês que vem, entre os dias 4 e 8, ela apresenta o “Numanice #3” no Cruzeiro da Lud, ao lado de Belo (com quem gravou “26 de dezembro”), Dennis DJ, Gloria Groove, Filipe Ret e o grupo Pixote. E, em maio, é a vez de dar a partida em Ludmilla in The House.

— É uma turnê igual aos grandes artistas gringos vêm para cá fazer, passando por toda a minha história. A gente não vai estar só comemorando 10 anos de carreira, vai olhar para o futuro também. Vai ter MC Beyoncé, vai ter as músicas que eu lancei, mas nunca cantei em show… — promete ela, que conta já ter fã-clubes no exterior e ter acabado de assinar contrato com o WK Entertainment, escritório que cuida da carreira de grandes estrelas latinas, como o colombiano Maluma.

O céu é o limite para Ludmilla em 2024. Além de tudo que já tem programado, ela ainda vai lançar mais um volume da Lud Session, seu projeto de encontros, à base de música soul romântica, no qual já trançou vozes com artistas como Luísa Sonza e Gloria Groove. A cantora só não promete para este ano um álbum de carreira (o último foi “Vilã”, de 2023).

— Mas vamos ter muitas músicas pop. E este ano tem um lançamento que está me deixando muito ansiosa, com uma pessoa de outra língua — faz mistério.

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