Marcos Mion está completando 45 anos nesta quinta-feira (20) e para celebrar a data, abriu o coração em uma carta aberta ao público.
Nela, Mion reflete sobre o tempo, a chegada à nova idade, vaidade, finitude e acontecimentos marcantes de sua vida, como o câncer enfrentado pela esposa Suzana Gullo.
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Leia na íntegra:
“Fazer 45 é uma data importante. A década dos 40 é um período de muita reflexão para o homem, afinal é considerada ‘o meio do caminho’. Por isso mesmo, hora de apreciar e avaliar o trajeto percorrido e fazer planos ou ajustes de rota para chegar até o final com um sentimento pleno de vitória. Que nesse caso é uma vida bem vivida. Uma vida intensa”.
“A essa altura, a morte vira um assunto e, por isso mesmo, o conceito de que triste só é a morte que, quando chega, te encontra já morto me faz ter essa energia incompreensível para alguns que me guia na conquista de todos meus sonhos e me faz vivê-los de peito aberto”.
“Vaidade? Nunca foi meu forte. Gosto de envelhecer e ver a experiência marcada no meu rosto, nos cabelos brancos. O tempo só me faz bem, espiritual e fisicamente. Eu amo o tempo, tanto que meu único medo é a falta dele”.
“Aos 45, meu único medo é ‘não dar tempo’. De estar em todas as etapas da vida dos meus filhos, de ver eles casarem, prosperarem, terem suas próprias famílias e conquistarem seus sonhos. Medo de não dar tempo de viver meus netos e de viver até as últimas consequências essa vida tão abençoada que Deus me permite ter”.
“O tempo vira a maior moeda. Ter tempo. Gastar tempo. Manusear o tempo. Investir tempo. Até roubar tempo vira uma questão: dou tanto valor ao tempo que a última coisa que quero é roubar o tempo do público que me acompanha. Quero que o tempo deles seja investimento e não perda”.
“Com o câncer precoce da minha esposa aprendemos que não vale perder tempo com pessoas e coisas que não somam. E eu quero sempre somar à vida de todos que me acompanham. Devo isso ao público”.
“Já criei algumas gerações. Sempre relevante. Mas sinto que nunca agreguei e somei tanto à vida de quem me consome como produto como agora nessa nova fase. A união com a Globo, potencializada por todos meus patrocinadores, me permitem hoje focar e só fazer e produzir o que acredito. Que honra”.
“Na TV desde os 17 anos. Como apresentador desde os 19, eu sinto que por ter vivido toda minha vida adulta sob os holofotes, às vezes é difícil para as pessoas entenderem em qual caixa me colocar, porque já me viram em fases muito diferentes, fazendo programas muito diferentes”.
“Mas a única coisa que nunca mudou, desde os 19 anos, é a verdade que coloco no meu microfone e em tudo que faço. Não conheço outra forma de fazer nada a não ser com a intensidade e a dedicação que ‘ser de verdade’ exige”.
“Quanto a todas as questões sobre a idade alcançada, sobre envelhecer e como isso reflete no meu trabalho ou no meu dia a dia, vou te contar um segredo… alma não envelhece! É só o corpo”, finaliza.