Martinho da Vila fala sobre ser enredo da Vila Isabel: “É uma honraria muito especial”

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O Carnaval de 2022 vai ter um sabor especial para Martinho da Vila. É que, aos 84 anos, o cantor, compositor e escritor, que é presidente de honra da Vila Isabel, será tema do enredo da azul e branco. O artista, que se dedica à escola desde 1965 e compôs vários sambas que embalaram os carnavais da agremiação, está radiante com a homenagem, mas tenso com a emoção que sabe que sentirá no dia 23 de abril, quando a Vila fechará os desfiles do Grupo Especial na Sapucaí com o samba enredo Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho.

“Caramba, é tão impressionante! É difícil dizer em poucas palavras o que estou sentindo, tenho que escrever um livro. Mas é uma honraria muito especial. Ser enredo de uma escola de samba em vida é fantástico, ainda mais sendo a minha própria escola. Fico imaginando aquela Avenida toda cantando o samba, aquela coisa toda. Vai ser incrível! Preferia ficar em casa ou no camarim para ver (risos). Acho que a Vila vai ser campeã. Aí, nas campeãs, vou assistir de camarote”, planeja, aos risos.

Martinho conta que já questionou o carnavalesco Edson Pereira sobre como ele virá no dia do desfile. “Eu perguntei: ‘Edson, como é que vai ser, eu vou aonde?’ E ele falou: ‘você vai aonde você quiser’. Aí não sei o que eu vou fazer. Vou ter que dar meu jeito (risos). Mas vou dar”, afirma. O que ele já tem certeza é de que estará cercado pelos oito filhos, Mart’nália, Tunico, Analimar, Martinho Antônio, Maíra, Juliana, Alegria e Preto, netos e familiares. “Vai estar todo mundo lá, vai ser uma beleza. Inclusive, no final do desfile, vai ter a ala dos amigos, vão ter amigos meus notáveis, o pessoal do movimento negro e um pandeiro, com Pinduca [Martinho Antônio], que é o meu filho mais velho, e a Alegria, que é a minha mais nova, que são citados no samba”, adianta.

O artista explica que o restante da família virá em torno do “pandeiro”. “Estarão familiares como primos, sobrinhos, tios, vai ser bacana. O problema é só esse, como é que eu vou controlar as emoções? Mas eu vou. Eu vou começar a fazer minha cabeça para fazer de conta que não tem nada a ver comigo. Eu sou um componente da Vila, que realmente sou (risos), tenho que estar lá e tenho que cantar aquele samba feito para o ‘cara’ lá, sabe? Não é uma boa ideia? Vou me enganar um pouquinho”, diverte-se.

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Martinho da Vila fala sobre ser enredo da Vila Isabel: “É uma honraria muito especial”

Otimista e alto-astral, Martinho conta o que faz para se manter sempre tão positivo e disposto. “Eu acho que o principal para se manter numa boa é não se irritar, não ligar para pequenas coisas que não te agradam, não dar bola. Perdeu um negocinho: ‘ah, deixa para lá! Também, nem queria!’ (risos). Faz igual à fábula da raposa e as uvas. A raposa queria pegar as uvas e pulava, mas não alcançava. Ela desistiu, disse: ‘deve estar podre’. Outra coisa, que é fundamental é não irritar ninguém. Tem que fazer força para ser compreensivo, tolerante, o máximo possível. É por aí que vou levando a vida, devagar, devagarinho”, ensina.

Sempre cercado pela família, especialmente por mulheres, Martinho diz gostar da presença feminina em sua vida. “Minha empresária, que decide tudo que vou fazer, é mulher, a Lídia. Minha assessoria de imprensa está com a Liziane Carneiro, a minha assessora ‘internáutica’, que cuida das redes sociais, essas coisas todas, é a Márcia Mandela. Elas que mandam em mim. Às vezes, a Marcinha fala: ‘gostou do que você postou?’ Ela quer me mostrar antes, mas falo: ‘vai fazendo aí. Está tudo bem’. Sou da paz. Sorrir é melhor do que chorar”, opina.

O artista tem mais uma dica para viver bem. ‘Desconfie de pessoas sérias. Essa gente meio carrancuda está escondendo alguma coisa. Até coisa séria a gente tem que falar sem muita seriedade, é ou não é?”, questiona, às gargalhadas. Outra receita de bem estar, para Martinho, é trocar com as novas gerações. “Eu tenho 12 netos. Tenho até bisnetos. Tenho duas netas que não conheço porque nasceram no Espírito Santo, na pandemia, são filhas da Maíra, e ainda não fui visitá-las. Só conheço por fotografia e vídeo, acredita nisso? Eu tenho um neto, o Raoni, quando eu ainda andava muito por aí, e a gente estava junto, quando ele chegava, falava: ‘bença, vô’. Falei: ‘Raoni, não fala bença, vô. Fala: oi, Martinho! Só oi (risos)’. Ele falava ‘bença’ só para me sacanear. Mas adoro trocar com eles. É sempre legal quando a gente se junta. Parece que todo mundo tem a mesma idade, fica tudo igual, não tem diferença”, conclui, rindo.

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