Contratar novos funcionários pode ser uma grande dor de cabeça para quem não tem experiência e não sabe como proceder. Um levantamento feito pela Infojobs, empresa de soluções para recursos humanos, mostra que 84,1% das empresas entrevistadas estão com mais dificuldades para contratar profissionais do que em anos anteriores à pandemia.
62,6% dos entrevistados destacam que encontrar profissionais qualificados é o maior desafio, seguido por engajar os candidatos nas etapas do processo, com 9,2% dos votos, concluir o processo dentro do prazo (7,6%) e garantir que todos os candidatos recebam feedback (7,3%).
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O mentor e gestor de carreiras de grandes executivos, empresários e médicos, Rogério Magalhães, confere sete dicas de como planejar a contratação de novos profissionais para a empresa.
Estabeleça o perfil do profissional. “Apesar de parecer algo que deveria ser rotina, infelizmente algumas empresas falham nesse quesito. Ou seja, as pessoas não colocam o perfil que desejam. Se a empresa quer um perfil comercial, é preciso observar se essa pessoa tem experiência com vendas, se aprecia lidar com pessoas, se tem boa comunicação, se apresenta poder de persuasão.”
Estruture como será a seleção dos candidatos. “Este é o momento de definir como será a seleção dessas pessoas. Qual o método que será utilizado, se a entrevista será pessoal ou se terá algum tipo de teste, se terá que passar por um teste psicotécnico ou será feita uma análise de perfil comportamental.”
Atente-se aos valores pessoais do profissional. “Muitas vezes olhamos os valores apenas profissionais e os pessoais. Quais são as principais características? Quais são os valores em relação à família, em relação ao comportamento? Quem são as pessoas que mais inspiram esse candidato? Quem são as que eles mais se espelham?”
Utilize as redes sociais para a divulgação dessas vagas. “As redes sociais, assim como o LinkedIn, são importantes para a empresa captar as pessoas, currículos e perfis. E também, não só para divulgar, mas também note se essa pessoa se comporta nas redes sociais. Muitas vezes isso não é obrigatório, no entanto, pode ser um fator primordial e decisório. Se o candidato tem as suas redes sociais públicas, então fique sabendo que as redes sociais também são utilizadas, não só para captar, mas para verificar o comportamento e o perfil dessa pessoa perante ao mercado profissional.”
Dê chance também para quem possa ser neófito e a quem não tem experiência no cargo. “Muitas vezes a empresa quer contratar alguém que tenha experiência. Todavia, um neófito também pode trazer novas ideias, criatividade. Pode ter a mente limpa, ou seja, livre de preconceitos. Não apresenta vícios de trabalho. Então, valorize as pessoas também que não têm experiência.”
Dar valor à indicação profissional. “Valorize o famoso QI, a quem indica. Quem está indicando também é importante. Se aquela pessoa está indicando algum profissional, saiba que ela já é bem vista por algum player da área. A indicação de um contato possibilita menores custos referentes ao processo seletivo. Porém, a escolha precisa ser feita com cautela. Até porque a contratação errônea pode atrasar as metas da própria empresa.”
Não contrate pessoas somente pelo fator “idade”. “Se a empresa precisa contratar mais jovens ou pessoas mais experientes, isso não vem ao caso. O que vem ao caso é contratar a pessoa que tenha energia, que tenha vontade de trabalhar, que realmente está precisando daquela oportunidade! Um profissional que visualiza o que deseja daqui dez anos; que atente ao crescimento dentro da empresa. Preste atenção nisso! A contratação não é pela idade, não é pela experiência, não é somente pela não experiência. Isso tem um peso, mas o peso maior são as soft skills, isto é, o profissional que realmente vai agregar no negócio e a empatia que tem pela empresa.”
Rogério Magalhães, bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Ceará, é pós-graduado em Marketing pela FGV, em estratégia de marketing pela Universidade de La Verne (Califórnia – Estados Unidos), e em Administração Executiva Sênior pela UFRJ, além de especialista em vendas e marketing pela Universidade de Berry (Flórida – Estados Unidos) e em gestão empresarial pela Business School SP. Foi gestor comercial de empresas multinacionais como a farmacêutica Schering Plough e gerente comercial da Sanofi-Aventis. Tem diversas especializações em universidades e escolas internacionais.