O setor de joias, por muito tempo associado à tradição, luxo e herança familiar, passa por uma mudança profunda impulsionada por um novo protagonista: a Geração Z. Esses jovens adultos estão reformulando o consumo de bens de alto valor — e o mercado joalheiro está precisando se adaptar a um ritmo nunca antes exigido.
Com uma mentalidade voltada à transparência, inclusão e sustentabilidade, essa geração desafia o modelo de negócio clássico do setor. A questão não é mais apenas o design ou o valor de mercado de uma peça: é a sua origem, impacto e propósito. “A Geração Z compra com consciência. Eles querem saber por que estão usando aquela joia e o que ela representa no mundo”, afirma Carlos Ikehara Júnior, co-CEO da Azul Joias Brasil.
Exemplos disso são atrizes como Millie Bobby Brown e Jenna Ortega, que representam essa nova mentalidade ao apoiarem marcas éticas e sustentáveis, e inspirarem milhões de jovens com suas escolhas conscientes.
Segundo uma pesquisa global da McKinsey & Company, cerca de 40% dos consumidores da Geração Z já priorizam marcas com posicionamento social claro. No Brasil, esse comportamento também se reflete nas decisões de compra no setor joalheiro. “Hoje não basta ser bonito ou caro. A peça precisa contar uma história, refletir valores e ser compatível com os princípios do cliente”, acrescenta Ikehara.
Essa mudança de mentalidade abre espaço para marcas que apostam em inovação e propósito como pilares de crescimento. A própria Azul Joias Brasil, que faturou R$6 milhões no primeiro ano, apostou em uma tecnologia própria, com a criação da Azulight — uma pedra patenteada que dispensa mineração e atende ao apelo sustentável dos consumidores mais jovens.
“A ideia de uma pedra não-minerada ainda gera surpresa, mas é exatamente isso que os jovens valorizam: ousadia, responsabilidade e beleza que não fere o planeta”, comenta Ikehara. Ele acredita que o futuro do setor depende da personalização, da autenticidade e da ética. “Eles não querem mais o que é ‘para todos’. Querem o que é feito para eles.”
Além disso, a relação da Geração Z com o digital também pressiona o setor. A experiência de compra precisa ser fluida, visual e personalizada — do atendimento automatizado ao storytelling por meio das redes sociais. “É uma geração que compra pelo celular, mas também quer participar da narrativa da marca. Marcas que não entendem isso perdem conexão com o consumidor”, alerta o executivo.
Enquanto o mercado de luxo tenta se adaptar, marcas nativas digitais como a Azul saem na frente, não apenas por seus canais, mas pela linguagem que dominam. “A comunicação não pode ser arrogante ou antiquada. Eles querem diálogo, não imposição. Querem marcas que os ouçam, não que falem sozinhas”, conclui.
Se antes as joias eram símbolos silenciosos de status, agora elas falam — e dizem muito sobre quem as usa. Para os empresários do setor, a lição está clara: entender a Geração Z não é mais uma vantagem competitiva, é uma questão de sobrevivência.
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