O prazer feminino: A terceira revolução sexual

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Para comemorar o “Dia Internacional da Mulher: 8 de março”, tem tudo haver falar sobre a sexualidade feminina e é sobre esse assunto que a Dra. Isabella Figura falou e trouxe informações importantes.

O dia internacional da mulher é marcado por uma série de “batalhas” que o movimento feminista travou contra a sociedade majoritariamente masculina, machista e patriarcal.  Muito se conquistou nas últimas décadas: direito de voto, de trabalho, de autonomia. Mas muitas dessas conquistas estavam no campo da “produção”, dos afazeres, até mesmo da obrigação. Ou seja, mais um papel, dentre os muitos, que as mulheres precisam desempenhar. E o prazer feminino, onde ficou diante disso tudo, desse “Everest de papeis” que as mulheres precisam exercer?

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Atualmente estamos vivendo a terceira revolução sexual, a qual é marcada pela valorização do prazer feminino.  Também chamada de revolução “Clitoriscêntrica” já que tem a valorização do clitóris como grande interruptor da sexualidade feminina. E isso muito me alegra, sabem porquê? Pois está em pauta o bem-estar feminino, a busca pelo prazer, a busca pela satisfação sexual, a busca pelo SENTIR. A mulher também pode, e, deve, desejar sentir prazer.

Dentro do campo da sexualidade, tivemos 3 marcos importantes intitulados como “Revoluções Sexuais”. A primeira revolução sexual se dá por volta da década de 60, com o advento da Pílula Anticoncepcional. Esta se caracteriza por uma reorganização e rédea do controle do corpo feminino. Permitiu autonomia e controle do processo reprodutivo por parte da mulher. Deu espaço para alguns questionamentos, mesmo que ainda primitivos, que a mulher poderia fazer sexo por prazer, e não mais, somente para reprodução.  Permitiu à mulher (e também ao casal) o planejamento do número de filhos, a racionalização do prazer e mais igualdade sexual entre homens e mulheres.

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A segunda revolução sexual trouxe à luz da sociedade algo que até então era praticamente silenciado e escondido atrás da vergonha e do tabu, a questão da impotência sexual masculina. O surgimento do “Viagra”, no final da década de 90, permitiu que milhões de homens voltassem a ter relações sexuais. Essa medicação rapidamente se tornou o maior sucesso da história da indústria farmacêutica, e de encontro a isso, o maior sucesso entre o público masculino, já que a promessa da “pílula azulzinha” foi, e ainda é, transformar o homem ordinário em “extraordinário superhomem” do sexo, pronto para uma longa noite de prazer.

Com advento do Viagra, a sexualidade que já era vista como algo majoritariamente de direito aos homens, potencializou essa visão de “sexualidade falocêntrica”. Nesse contexto, ainda havia muito preconceito em torno da sexualidade feminina, o erotismo da mulher era visto como perversão, a masturbação como algo vulgar, e os vibradores como um concorrente e substituto do “falo” masculino.

Mas a sociedade está se modificando. Em 2020, durante a pandemia, o mercado do prazer feminino teve um “boom” de crescimento. As mulheres começaram a se interessar, exigir e buscar meios de empoderar o seu prazer. E aquela sexualidade, dos anos 90 e início dos anos 2000, que era falocêntrica, foi dando lugar para uma Sexualidade “Vulvocêntrica”. A mulher se colocou numa posição de ser “desejante”, não mais como objeto desejado, ela DESEJA obter o prazer. A masturbação feminina, agora, está sendo vista como auto-cuidado, empoderamento, auto-conhecimento e saúde feminina. Os vibradores, não mais vistos como um concorrente masculino, e sim um ALIADO no descobrimento do prazer feminino.

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Essa terceira revolução sexual trouxe à tona “a construção do desejo e do prazer”, e para conseguir isso, uma infinidade de produtos para construção dos scripts sexuais femininos: vibradores dos mais diversos e variados modelos, literatura erótica (como a famosa saga do “Cinquenta Tons de Cinza”), “podcasts”, séries e filmes e etc.

“Desejo à você, mulher, que você possa priorizar seus DESEJOS: pessoal, sexual e profissional. O SEU PRAZER NÃO É EGOÍSMO, corra atrás dele”. Um beijo e feliz dia da mulher, finalizou a Dra. Isabella Figura.

Dra. Isabella Figura, Ginecologista e Obstetra e Sexóloga em formação.

Para saber mais sobre a Dra. Isabella Figura, siga no Instagram @draisabellafigura.gineco

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