A aprovação da Reforma Tributária em 2023 trouxe um grande marco para o Brasil. As promessas de simplificação e modernização do sistema tributário animaram alguns setores, mas, ao mesmo tempo, deixaram empresários de diversas áreas em estado de alerta. Afinal, lidar com mudanças profundas como a unificação de tributos – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, que darão lugar ao CBS e IBS – exige mais do que boa vontade; requer planejamento e ajustes criteriosos.
O impacto dessas mudanças não é uniforme. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), enquanto alguns setores podem experimentar uma carga tributária mais equilibrada, outros, como o de serviços, enfrentam aumentos significativos. E, mesmo para quem tem expectativas positivas, o período de transição, que vai até 2033, será um desafio à parte.
Nesse cenário, o advogado Paulo Henrique de Freitas, especializado em negócios e com atuação em Curitiba, destaca a importância de uma preparação robusta. Ele reforça que as empresas não podem encarar essas mudanças como algo simples ou automático. “A reforma tributária não é só uma questão de entender as novas regras. É preciso avaliar como isso afeta as operações do dia a dia, o fluxo de caixa e até mesmo a competitividade do negócio”, explica.
Paulo Henrique observa que, além das mudanças tributárias, o momento econômico não é exatamente favorável. Em 2025 a Selic pode chegar a 15% ao ano, segundo análise do mercado, com isso os empresários precisam lidar com custos elevados de financiamento, enquanto tentam planejar o futuro em meio a tantas incertezas. “Não basta querer resolver o problema quando ele aparece. É fundamental ter uma visão de longo prazo e um acompanhamento técnico para prever riscos”, aconselha o advogado.
Compliance e proteção de dados: um diferencial estratégico
Em meio a todas essas mudanças, outro ponto que vem ganhando espaço nas discussões empresariais é o compliance. Para Paulo Henrique, o compliance não é apenas sobre seguir leis; é sobre proteger a empresa e garantir a confiança dos clientes, fornecedores e parceiros.
“A ideia de compliance ainda é vista como algo burocrático por muitos empresários. Mas a verdade é que ele pode ser a diferença entre sobreviver e crescer, especialmente em um ambiente tão competitivo como o que vivemos hoje”, afirma.

Um dos principais desafios, segundo o advogado, está na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Proteger os dados dos clientes não é mais uma escolha. Quem falhar nesse aspecto pode não só enfrentar multas altíssimas, mas também ver sua reputação arruinada”, alerta.
Dados de mercado mostram que o custo médio de uma violação de dados no Brasil pode ultrapassar R$ 7 milhões, considerando multas, recuperação e danos à imagem. Além disso, a multa por descumprimento da LGPD pode chegar a R$ 50 milhões por infração. “E o que muitas empresas não percebem é que o dano à reputação, em alguns casos, pode ser ainda pior que o impacto financeiro imediato”, reforça.
No entanto, compliance não se resume a proteção de dados. Ele engloba um conjunto de práticas voltadas à governança, ética e transparência, criando uma base sólida para o crescimento sustentável. “Empresas que colocam o compliance no centro de suas operações se tornam mais competitivas, porque atraem parceiros e investidores que valorizam negócios estruturados e responsáveis”, explica Paulo Henrique.
Outro ponto que o advogado enfatiza é a relação entre compliance e sustentabilidade. “Hoje, muitas empresas que exportam já enfrentam barreiras caso não apresentem práticas sustentáveis. O mercado está caminhando para exigir mais do que o básico, e quem não se adaptar ficará para trás”, alerta.
O empresário no centro das mudanças
Além de entender as obrigações legais, Paulo Henrique acredita que os empresários precisam desenvolver uma mentalidade estratégica para crescer nesse novo cenário. Ele menciona exemplos como WEG, CIMED e Nubank, que se destacam por combinar inovação e boas práticas de governança.
“O que essas empresas têm em comum é a visão de longo prazo. Elas não esperam o problema bater à porta para agir. Elas se antecipam, analisam riscos e constroem estratégias sólidas. É isso que eu procuro trazer para os meus clientes: soluções práticas, mas sempre com um olho no futuro”, explica.
Uma transição desafiadora, mas cheia de oportunidades
Paulo Henrique reforça que a reforma tributária é, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade. “Sim, existem riscos. Mas também é uma chance de revisar processos, buscar eficiência e até mesmo encontrar novas formas de gerar valor”, pontua.
O advogado destaca que sua experiência com empresas de diferentes portes e setores o ajuda a entender que cada negócio tem uma realidade única. “Não existe uma fórmula mágica que sirva para todos. Por isso, é tão importante ouvir o cliente, entender suas dores e construir soluções personalizadas”, afirma.
A mensagem de Paulo Henrique é clara: para atravessar esse período de mudanças, as empresas precisam se preparar com seriedade e contar com parceiros que entendam o momento delicado. “A reforma tributária pode parecer um obstáculo enorme, mas com planejamento e as parcerias certas, ela pode se tornar o início de um novo ciclo de crescimento”, conclui o advogado.
Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o EGOBrazil no Instagram.
** A opinião expressa neste texto não é necessariamente a mesma deste site de notícias e sim de responsabilidade do autor do conteudo.
** A reprodução deste conteúdo é estritamente proibida sem autorização prévia.