A cantora Sula Miranda reacendeu o debate sobre os rumos do sertanejo feminino durante sua participação no podcast Kaká Pod. Ícone do gênero nos anos 1980, Sula não poupou críticas à atual fase da música sertaneja, em especial ao repertório da cantora Simone Mendes, que vem trilhando carreira solo desde o fim da dupla com Simaria.
“Ela é uma mulher abençoada, tem um casamento lindo, uma família maravilhosa… Por que ela não canta o amor?”, questionou Sula, ao comentar o contraste entre a vida pessoal de Simone e as letras de suas músicas. A observação sugere um possível desalinhamento entre a imagem pública da artista e o conteúdo que escolhe interpretar.
“Parado de cantar ‘não vai dar certo’”
Apesar de reconhecer o talento vocal de Simone, Sula acredita que a cantora perdeu uma oportunidade de se reinventar ao seguir apostando em letras melancólicas, centradas em términos e desilusões amorosas — o chamado estilo sofrência.
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“Eu amo a voz da Simone, acho incrível, mas acho que ela poderia ter aproveitado essa virada na carreira para parar de cantar ‘não vai dar certo’”, disse, ao lamentar a falta de positividade nas composições.
Para Sula, a estética da dor constante nas músicas pode estar em desacordo com o momento atual da mulher na sociedade, além de perpetuar uma imagem fragilizada da figura feminina.
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Crítica à “sofrência” e à imagem da mulher no sertanejo
As declarações não se limitaram a Simone. Sula ampliou sua análise para o cenário sertanejo como um todo, demonstrando preocupação com a forma como as mulheres são retratadas nas canções.
“Essa sofrência coloca a mulher em um lugar desconfortável e, para ser sincera, até feio. Será que elas querem ser essas mulheres na vida real, dentro de casa?”, provocou, incentivando uma reflexão sobre os padrões narrativos do gênero.

Segundo a artista, é hora de explorar novas abordagens que reflitam as diferentes nuances da vivência feminina, para além das dores e traições amorosas.
Novas vozes, novos caminhos
Apesar das críticas, Sula reconheceu que há nomes que vêm renovando o sertanejo com propostas mais diversas. Entre eles, destacou Ana Castela e Lauana Prado como exemplos de artistas que encontraram espaço sem depender exclusivamente do drama emocional da sofrência.
“As mulheres hoje estão muito bravas, não precisa”, comentou Sula, sugerindo que há outras formas de expressar força e autenticidade através da música.
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