De ex-pegador de bola de tênis, empacotador e lavador de copo, para o mundo do empreendedorismo

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Todos nós temos uma ambição na vida mas o que nos leva a conquistar ou não este objetivo é nossa força de vencer.

Um grande exemplo disso é o empreendedor Paulo Rogério Moreira da Silva, que antes de obter uma empresa de sucesso ganhava uns trocados como pegador de bolinhas em clubes de tênis da alta classe em São Paulo.

Paulo também foi empacotador do grupo Pão de Açúcar supermercados, lavou copos em pizzaria e fez estágio como advogado.

Ao ficar desempregado, ele se juntou ao seu cunhado que desenvolveu uma pizza enrolada totalmente inovadora a Pizza Crek. Hoje, a rede tem 82 lojas (sendo quatro nos EUA), sendo a pizzaria que mais vende no Brasil.

O empreendimento é composto por quatro sócios e faturou R$ 86,2 milhões em 2021. O produto trata-se de uma pizza crocante enrolada, servida individualmente em embalagem descartável. São cerca de 60 sabores, entre pizzas salgadas, doces e veganas.

Filho de uma família pobre natural de Pedra (PE), Silva chegou a São Paulo com poucos meses de vida, em 1984. O pai, Genecy, foi o primeiro a vir; depois, buscou a esposa, Maria Selma, e os três filhos (Luciano, Adriano e Paulo). Outros dois filhos (Cristiano e Natália) nasceram em São Paulo.

A família morou em um bairro da capital em Itaquaquecetuba (SP). O primeiro trabalho de Silva foi ser pegador de bolinhas de tênis no Clube Sírio e depois no Play Tênis, ambos em áreas nobres da capital paulista, ganhava cerca de R$ 5 por hora.

O empreendedor Silva e o irmão Cristiano trabalhavam durante à tarde, de segunda a sexta, e o dia todo, nos finais de semana. Não era uma profissão, mas uma oportunidade para jovens das comunidades terem o seu dinheirinho.O empreendedor chegou a ganhar presentes dos clientes dos clubes, como raquetes, roupas e tênis.

Silva igualmente trabalhou como empacotador na rede Pão de Açúcar, contratado por uma empresa terceirizada.

Em 2002, aos 18 anos, saiu do supermercado para trabalhar em uma pizzaria como lavador de copos nos finais de semana, quando a pizzaria fazia eventos na casa dos clientes, ele ia como auxiliar de limpeza.

Foi trabalhando nessa pizzaria que Silva conheceu o cliente Marcos de Carvalho Pagliaro, que lhe ofereceu um estágio no seu escritório de advocacia, onde ficou por cinco anos. Silva fazia faculdade de direito, se formou, mas nunca exerceu a profissão.

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Após sair do escritório, em 2008, ele ficou desempregado. Ele expõe: Nessa época que meu cunhado Valber de Araújo Silva, que é pizzaiolo, me deu para experimentar uma pizza que ele havia inventado: uma pizza crocante e enrolada.

Foi aí ambos tiveram a ideia de fazer essas pizzas e iniciar em eventos nas casas das pessoas.

Inicialmente, fazíamos as pizzas na cozinha da minha casa no Capão Redondo, explicou.

Decidiram então, chamar o negócio de Pizza Crek.

Não tínhamos nada de recursos. Tínhamos força de vontade e um pouco de crédito, como o limite no banco, cartão de crédito. Muitas vezes, pegávamos o cartão emprestado com seu irmão Adriano, disse Silva.

Em seguida, abriram uma loja física em Paraisópolis em 2009, mas as contas não fechavam. Ficamos com essa unidade até 2013, mas sempre acumulando dívidas e devendo para agiotas. Hoje vejo que faltava planejamento., exclama.

Desanimado, ele ligou para Pagliaro (o cliente da pizzaria que lhe deu estágio) e contou sobre a Pizza Crek. Pagliaro aceitou entrar na sociedade juntamente com seu amigo Bruno Fagundes, também sócio do escritório de advocacia. O investimento dos dois sócios não foi revelado.

Em um ano, os empreendedores quitaram suas dívidas, sairam de Paraisópolis e abriram duas lojas no Morumbi e uma na Vila Olímpia.

Saímos de Paraisópolis, mas, estrategicamente, abrimos na mesma região, porém em um local com mais espaço para operação.

Em 2015, o negócio foi formatando-se para virar franquia, e hoje, a rede tem 78 unidades no país e mais quatro nos EUA (duas em Miami e duas na Califórnia), sendo apenas sete próprias.

No ano passado, a rede faturou R$ 86,2 milhões, porém o lucro não foi divulgado.

Silva conta: Vim da periferia e, até hoje, sempre que posso dou oportunidades para jovens das comunidades e conselhos para quem quer empreender.

– Negócio tem diferenciais, diz consultora:

Para Juliana Berbert, consultora de negócios do Sebrae-SP, a busca por oportunidade e conhecimento, a persistência e até sua rede de contatos mostram a veia empreendedora de Silva.

Ele viu potencial na Pizza Crek e começou aos poucos. Por mais que tenha tido dificuldades no início, aprendeu com os erros e soube racionalizar os riscos, indo atrás de sócios e de alternativas para viabilizar o negócio, afirmou.

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Segundo ela, o segmento de alimentação traz muitas oportunidades. E a pizza, já tão tradicional em São Paulo, é um produto com diversos preços e formatos para todos os públicos. A Pizza Crek traz como diferenciais o formato e até a a facilidade de comer sem talher. São atrativos do negócio, declarou.

Juliana diz, no entanto, que, apesar de pizza ser um produto de fácil aceitação no mercado, é preciso sempre olhar a concorrência em busca de boas práticas para se inspirar. Outro ponto de atenção em uma rede de franquias é a padronização.

O cliente espera encontrar o mesmo produto em qualquer unidade. Para isso, a empresa precisa escolher bem o seu franqueado, para não colocar em risco o nome da marca, e ainda dar suporte a ele, para garantir todas as etapas do funcionamento do negócio.

Hoje, Silva possui mais de 200 mil seguidores no perfil empresarial (@pizzacrek) e mais de 141 mil em seu perfil pessoal (@paulinhocrek).

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