Em um universo onde fama e fortuna caminham lado a lado, cada vez mais artistas e celebridades têm se debruçado sobre um tema que antes passava despercebido nos bastidores do sucesso: o planejamento financeiro. O crescente número de casos de celebridades que perderam fortunas por má gestão de seus recursos acende um alerta sobre a importância da educação financeira no meio artístico.
De acordo com um estudo da U.S. National Bureau of Economic Research, cerca de 78% dos jogadores da NFL (liga de futebol americano) enfrentam dificuldades financeiras dois anos após deixarem o esporte. Já entre músicos e atores, casos emblemáticos como os de MC Hammer, Nicolas Cage e Lindsay Lohan se tornaram conhecidos pelo público, mas refletem uma realidade silenciosa: a ausência de controle financeiro estruturado.
Para o especialista Alex Almeida, referência no mercado e formado em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o sucesso repentino, somado à falta de preparo técnico, torna o artista um alvo vulnerável para decisões impulsivas e maus investimentos. “A instabilidade de carreira, ausência de renda previsível e o alto custo de vida mantido por muitos famosos criam uma equação perigosa. Sem uma estrutura de planejamento, o risco de colapso financeiro é enorme”, afirma.
Almeida destaca que o problema não é exclusivo do Brasil. “Nos Estados Unidos, a pesquisa da CareerBuilder revelou que 78% dos trabalhadores vivem de salário em salário. Quando aplicamos isso ao contexto de artistas, a realidade pode ser ainda mais severa, porque os ganhos são voláteis e as pressões externas são enormes, especialmente no auge da fama”, explica.

Planejamento como ferramenta de proteção
O planejamento financeiro para celebridades vai muito além de poupar. Envolve estratégias de diversificação de investimentos, gestão tributária, blindagem patrimonial e até mesmo formação de uma “reserva de carreira”, como aponta Almeida. “Criamos estruturas que consideram o período ativo de carreira, estimativas de faturamento, riscos de cancelamento de contratos e cenários de baixa popularidade. É uma visão empresarial da figura pública”, detalha.
O especialista cita como exemplo positivo a atriz brasileira Grazi Massafera, que há anos mantém um portfólio diversificado, com investimentos em imóveis, ações e startups. “Ela é uma das poucas artistas que entendeu cedo a necessidade de fazer o dinheiro trabalhar por ela”, comenta Alex.
Educação e cultura financeira no meio artístico
Apesar do avanço, ainda há uma lacuna na formação de artistas em relação ao dinheiro. “Muitos entram para o mercado artístico com grande talento, mas sem qualquer preparo para lidar com os aspectos financeiros do sucesso. A falta de orientação pode ser fatal”, reforça o especialista.
Alex Almeida defende que o ideal seria inserir a educação financeira nas escolas de artes e agências de talentos. “O artista precisa entender que o sucesso é uma fase — e que o dinheiro conquistado hoje pode garantir tranquilidade no futuro, desde que bem gerido”, completa.
Em tempos em que a visibilidade é instantânea e os ganhos podem ser altos, mas também instáveis, o planejamento financeiro deixa de ser um luxo e se torna uma necessidade. Celebridades que buscam longevidade na carreira e segurança para o futuro encontram na gestão inteligente de seus recursos um caminho para manter o brilho fora dos holofotes.
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