Apresentado por Paola Guarana, o podcast A Mãe Tá Off recebeu nesta semana a atriz, escritora e apresentadora Julia Faria. Madrasta da Maia e mãe da Cora, Julia compartilhou de forma sincera as vivências e desafios enfrentados durante o puerpério, período marcado por intensas transformações físicas e emocionais após o nascimento da filha.
Durante a conversa, Julia relembrou o impacto da privação de sono nos primeiros anos da maternidade e como isso afetou sua rotina e seu bem-estar. “Falando sobre o puerpério, a privação do sono sem dúvidas me arrematou profundamente. É uma coisa que só consegui resolver nos dois anos e meio da minha filha. E não porque ela parou de despertar, ela desperta até hoje, mas porque descobri de que maneira, na minha casa, eu ia deixar de sobreviver e viver bem”, contou.
A atriz relatou que, em busca de respostas, chegou a seguir recomendações de consultorias e métodos de sono infantis, mas percebeu que o excesso de regras só aumentava a pressão sobre si mesma. “Cheguei a fazer a cartilha do sono em um momento de muito desespero. Eu me libertei quando rasguei a cartilha, quando percebi que estava emburacada, muito tempo sem dormir. Meu algoritmo sabia disso e me jogava muitas fórmulas de sucesso. Li livros, participei de grupos de mães, até fiz uma consulta online com uma especialista, mas percebi que eu estava tentando controlar algo que não era controlável.”
Julia também destacou a importância do conhecimento e da escuta atenta ao próprio instinto materno. “Eu prezo muito pelo conhecimento. A gente estuda tanto pra tudo na vida, como não vou estudar pro meu bem mais precioso, que é minha filha? Mas eu precisei entender que conhecimento não é controle. Eu parei de lutar contra uma realidade que não ia mudar”, explicou.
Encerrando o papo, a atriz refletiu sobre a necessidade de acolher as próprias limitações e as fases da maternidade com mais leveza. “Eu acordava cinco, seis vezes por noite pra ir até a cama dela, porque estava super angustiada. Isso me frustrava e acabava atrapalhando. Quando aceitei que o despertar fazia parte do nosso processo, tudo ficou mais fácil.”
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